Canyoning / Cachoeirismo
O Canyoning ou Cascading ou, 'abrasileirando', Canionismo ou Cachoeirismo, teve suas origens na Espanha e na França, no final dos anos 70. Surgiu em complemento às atividades de escalada associada a atividades aquáticas como a canoagem e rafting.
No Brasil, teve início no final de 1989, através de espeleólogos do "Grupo H2Omem", de Brotas, SP, uma das maiores referências dessa prática no país. Em 10 anos de atuação, o "H2Omem" cadastrou mais de 2 mil cachoeiras, através da exploração de dezenas de rios em garganta em vários estados brasileiros.
As competições ocorreram mais recentemente e as regras se baseiam em critérios de regularidade e não velocidade. O trabalho em equipe e a habilidade técnica dos participantes são pontuados. No Brasil, a primeira competição de Cascading foi em Minas Gerais em 1998.
Em função das condições geográficas e climáticas bastante propícias – relevo variadíssimo e temperaturas amenas o ano todo -, atualmente o Brasil está entre os 10 maiores praticantes de canyoning do mundo.
Inicialmente, o Canyoning ou Cachoeirismo foi utilizado como uma das técnicas de escalada para exploração de canyons e cavernas. Recentemente foi adaptado para as cachoeiras e é considerado um esporte ou atividade de aventura. O canyoning basicamente consiste em um rapel numa cachoeira.
É a exploração a pé nas gargantas e canyons nas cabeceiras dos rios, usando técnicas combinadas de rapelar, saltar, nadar e escorregar. O caminho é o rio com suas corredeiras, cachoeiras, poços e pedras cobertas pela mata. A atividade exige alguma habilidade para andar sobre as pedras dos rios, um piso bastante liso e irregular.
Equipamentos
Cadeirinha ou Arnês
Serve basicamente para sustentar o atleta durante a escalada. Sua função é unir o escalador com a corda, proporcionando conforto e segurança. Deve ser confortável a ponto de não impedir a liberdade de movimentos. A cadeirinha irá distribuir a força de choque pelo corpo em caso de queda do escalador. Existem cadeirinhas projetadas para espeleologia e outras para escalada, devendo-se procurar o modelo adequado para cada atividade.
Capacete
Equipamento de uso obrigatório, porém pouco utilizado pelos montanhistas. Sua função básica é proteger de pedras soltas que podem cair acidentalmente na cabeça do escalador. Outra função é proteger no caso de escorregões.
Cordas
Equipamento básico de segurança do montanhista. Serve para unir o escalador na rocha, protegendo-o no caso de uma queda. Além da função de segurança, pode servir como sustentação em escaladas artificiais. As cordas modernas são construídas em diferentes diâmetros - de 8 a 11 mm - com fibras de materiais sintéticos como náilon e perlon. De acordo com as características de elasticidade, são classificadas em cordas dinâmicas ou estáticas. Em escaladas, normalmente são utilizadas as cordas dinâmicas, apropriadas para absorver a aceleração durante uma queda. As cordas estáticas são mais apropriadas para rapel.
Equipamentos móveis
Peças metálicas de formato semelhante a cunhas com cordas ou cabos de aço onde se prende o mosquetão ou costura durante a escalada. São utilizadas temporariamente nas fissuras das rochas com o objetivo de se criar pontos de segurança. Tipos principais: pitons, friends, excentrics e nuts.
Fitas
São tiras de material sintético unidas de forma a formar um anel, de grande resistência. As fitas são cortadas em diferentes tamanhos, de acordo com sua finalidade. Quando presa na cadeirinha, com a finalidade de segurança, recebe o nome de cabo solteira. Se é utilizada em conjunto com dois mosquetões, recebe o nome de costura. Pode ser utilizada ainda na ancoragem em locais onde as cordas poderiam ser danificadas, como em bicos de pedras.
Freios
Peças metálicas de diferentes tipos, como: oito - magnone - ATC - Stop. Função: controlar a descida do escalador na corda, ao final de uma escalada utilizando técnicas verticais. Seu funcionamento está baseado no atrito da corda com o equipamento, preso na cadeirinha.
Grampos e Chapeletas
São peças de metal fabricadas em aço ou duralumínio. São fixas na rocha através de buchas metálicas e parafusos. Utilizadas para segurança do escalador, tem um orifício por onde é preso o mosquetão ou as costuras.
Magnésio
O carbonato de magnésio é um pó branco, levado num saquinho preso na cintura do escalador. O magnésio é utilizado para absorver o suor nas mãos, mantendo-as secas e consequentemente mais aderentes.
Mosquetão
Peça metálica em formato de elo com uma parte móvel (lingüeta) que se fecha com a ação de uma mola interna. São construídos com ligas de alumínio ou aço e suportam tensões que variam de 20 a 30 kn (quilonewtons) em média. Existem mosquetões sem trava e com trava, que impedem uma abertura acidental. São fabricados em vários formatos, cada um com uma aplicação específica.
Roupas isolantes / Neoprene
As roupas isolantes evitam a perda do calor do corpo e protegem a pele contra arranhões ou cortes de pedras. Geralmente, são feitas de neoprene, um tipo de borracha que contém milhares de minúsculas bolhas em seu interior. Graças a essa característica, a água que entra na roupa não sai, logo ela é aquecida pela temperatura corporal e cria uma barreira isolante entre o mergulhador e o meio líquido no qual ele está envolto.
Sapatilhas
A sapatilha oferece maior sensibilidade aos pés e é feita de uma borracha especial, que adere com maior facilidade às pedras.
Perigos / Riscos
Pressão d'Água - um dos perigos encontrados da atividade é a pressão d'água exercida sobre a pessoa e em alguns casos a dificuldade em penetrá-la, dependendo do volume d'água. Pois em algumas quedas, o esportista fica preso na parte externa ou interna das mesmas não conseguindo transpor a água.
Queda de objetos pessoais - equipamentos fotográficos ou filmagem, mochilas, etc.
Riscos naturais - picadas de insetos, animais peçonhentos, queda de árvores, mau tempo.
Lesões - leves, graves ou gravíssimas, decorrentes de escorregões, escoriações, arranhões, pequenas queimaduras, entre outros.
Cursos
- Ativa Rafting e Aventuras, Apiúna, SC
- H2Omem, São Paulo, SP