Rio Negro
O Rio Negro é o maior afluente da margem esquerda do Rio Amazonas, na Amazônia, na América do Sul, banhando três países da América do Sul: Colombia (onde tem suas nascentes), Venezuela e Brasil e percorre cerca de 1.700km.
É o mais extenso rio de águas negras do mundo, e o segundo maior em volume de água — atrás somente do Amazonas, o qual ajuda a formar.
Depois da junção com o Cassiquiare, recebe o nome de Rio Negro. Entra no território brasileiro no estado do Amazonas e segue a direção geral sudeste, banhando, entre outras, as localidades de Içana, Barcelos, Carvoeiro e Airão. Próximo a Manaus, que se ergue em sua margem esquerda, forma um estuário de cerca de seis quilômetros de largura no encontro com o Solimões, daí em diante chamado Amazonas.
Tem sua origem entre as bacias do rio Orinoco e Amazônica. Conecta-se com o Orinoco através do canal de Casiquiare. Na Colômbia, onde tem a sua nascente, é chamado de rio Guainia. Seus principais afluentes são o rio Branco e o rio Vaupés. Disputa ser o começo do rio Orinoco junto com o rio Guaviare. Drena a região leste dos Andes na Colômbia.
O Rio Negro é navegável por 720 quilômetros acima de sua foz e pode chegar a ter um mínimo de 1 metro de profundidade em tempo de seca, com muitos bancos de areia e outras dificuldades menores. Na estação das chuvas, transborda, inundando as regiões ribeirinhas em distâncias que vão de 32 km até 640 km.
A cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, é banhada por este rio.
Todo ano, com o degelo nos Andes e a estação das chuvas na região Amazônica, o nível do rio sobe vários metros, alcançando sua máxima entre os meses de junho e julho. O pico coincide com o "verão amazônico". O nível do rio abaixa até meados de novembro, quando novamente inicia o ciclo da cheia. Em Manaus, a máxima do Rio Negro vem sendo registrado há mais de cem anos, e há um quadro no Porto de Manaus[1] com todos os registros históricos, inclusive o da maior cheia de todos os tempos, ocorrida em 2012, alcançando, até 21 de maio (antes do início da vazante), a cota de 29,87 metros acima do nível do mar.
Todos os rios da Bacia Amazônica sofrem o mesmo fenômeno de subidas e baixas em seus níveis, comandados pelos dois maiores rios: o Rio Negro e o Rio Solimões, que, ao se encontrarem, abaixo da cidade de Manaus, formam o Rio Amazonas.
Afluentes
Os principais afluentes pela margem esquerda são:
- Rio Padauri
- Rio Demeni
- Rio Jaçari
- Rio Branco
- Rio Jauaperi
- Rio Camamanau
Os principais afluentes pela margem direita são:
- Rio Içanã
- Rio Uaupés
- Rio Curicuriati
- Rio Caurés
- Rio Unini
- Rio Jaú
Encontro das Águas
O Rio Negro protagoniza, junto ao rio Solimões, um dos mais belos eventos da natureza: o encontro das águas negras do primeiro com as águas barrentas do segundo. O fenômeno acontece praticamente em frente à cidade de Manaus.
As águas escuras do Rio Negro, que variam da cor marrom-café até a cor marrom-oliva. As águas de todos os rios dependem em grande parte das interações químicas e físicas, como infiltração e escoamento, com as extensas áreas terrestres de drenagem adjacentes. As águas pretas do Rio Negro e de muitos de seus efluentes possuem valores de pH entre 3,8 e 4,9, sendo, portanto, ácidas. Isso ocorre em razão da grande quantidade de substâncias orgânicas dissolvidas oriundas da drenagem dos solos arenosos adjacentes ao rio que possuem como vegetação a campina, a campinarana ou as caatingas amazônicas. Essa cor é resultado dos ácidos húmicos e fúlvicos resultantes da decomposição do húmus no solo que são lentamente transportados para o rio.
O húmus é uma compostagem natural realizada pelo sistema digestivo das minhocas, por bactérias e fungos, que decompõem a matéria orgânica, agregando ao solo os restos de animais e plantas mortas e também seus subprodutos. Aproximadamente metade da matéria orgânica solúvel das águas do Rio Negro é de substâncias húmicas e a outra metade corresponde a ácidos orgânicos sem cor. Além disso, em regiões de relevo plano em baixas altitudes, ocorre um fenômeno denominado podzolização, em que as chuvas removem do solo as partículas de argila e o material orgânico, formando os solos arenosos chamados de podzóis.
Além das águas denominadas como pretas na região amazônica, há também outros dois tipos de águas segundo sua cor e transparência, que são as águas brancas e as águas claras. As do Rio Solimões são águas brancas, que são assim porque possuem grandes quantidades de sólidos suspensos, principalmente cálcio e magnésio. É uma água muito turva, com aspecto lamacento, com cores variando do amarelo ao ocre, e seu pH varia entre 6,2 e 7,2 porque, ao contrário do Rio Negro, possui pouco material orgânico dissolvido. Às suas margens, estão áreas férteis usadas para agricultura. Já as águas claras, tais como as dos rios Tapajós e Xingu, são bem transparentes, variam de um tom verde-claro a verde-oliva, e possuem pH entre 4,5 e 7,8. Isso se dá porque o relevo na região é relativamente plano e regular, com menos erosões e, consequentemente, as suas águas possuem menores quantidades significativas de material suspenso.
A visibilidade varia entre 1,50 e 2,50 metros. Devido a esse baixo pH, os insetos não se proliferam e quase não há mosquitos na região.
Velocidade: 2 a 3 km/h
Temperatura: 25 a 26 ºC
Densidade: menor