Observação de Aves
por Roberto M.F. Mourão, Instituto EcoBrasil
Fonte: Análise de Viabilidade da Observação de Aves em Unidades de Conservação, IBAMA, 2000.
Foto: Fragata (Magnificent frigatebird) © João Quental
Ilustrações: Manual Melhores Práticas para o Ecoturismo, EcoBrasil © José Carlos Braga jcbraga@gmail.com
Recomendações Operacionais
Transporte Aéreo
Nos deslocamentos locais ou regionais de turistas estrangeiros, deve-se utilizar prioritariamente, apesar do custo maior, aeronaves bimotores, uma vez que muitas companhias de seguro não permitem o uso de monotores.
Transportes Aquático e Terrestre
Sugestão de embarcação: barco a motor ou 'voadeira', dotada com bancos com encosto, para deslocamento de grupos de observadores, com dimensões, motorização e perfil de casco adequados ao tipo de navegação a ser realizada – mar, lagos e lagoas, rios, igarapés, canais em manguezais etc.
É importante ter disponibilidade de (silenciosos) motores elétricos para aproximação de áreas de alimentação, nidificação, pernoite de aves etc.
Pode-se pensar também em equipamentos, mais modestos e baratos. Porém, deve-se ressaltar a necessidade de instalar encostos nos bancos quando os programas envolverem percursos de mais de 30 minutos de duração.
- Prever trapiches/atracadouros seguros para embarque e desembarque
- Sempre fornecer coletes salva-vidas
- Se possível, utilizar embarcações com dupla motorização e rádio comunicador
- Levar água à vontade e petiscos (frutas, chocolates, biscoitos, barras de cereais, etc.)
- Transporte/traslados até duas horas: embarcações podem ser descobertas.
- Transporte (em viagens) com mais de duas horas ou com previsão de chuva: devem ser cobertas
- Prever embarcações com assentos acolchoados e com encosto para deslocamentos superiores a 30 minutos
- Ao definir equipamentos, lembrar que norte-americanos e europeus têm biótipo grande. Sempre que possível, é importante prever transporte em veículos e embarcações com capacidade acima que o tamanho do grupo.
- Considerar transporte para bagagens com espaços extras para equipamento (câmaras e lentes, lunetas, tripés etc.)
- Prever (silenciosos) motores elétricos de apoio para aproximação de áreas de alimentação, descanso, nidificação, acasalamento, pernoite de aves, etc.
- Ou se possível, utilizar plataformas de madeira sobre canoas a remo (catamarã), com guarda-corpo e bancos, que podem ser impulsionados por guias e/ou turistas
- Em transporte terrestre, evitar alternância excessiva (ambiente natural - ar condicionado e vice-versa).
Hospedagem
- Informar com antecedência os locais de hospedagem onde serão feitos pernoites e o nível de conforto
- Evitar chegar a novos locais de hospedagem após anoitecer, sobretudo em locais remotos e rústicos
- Se necessário, em locais onde ocorrerão pernoites em locais diferentes, intercalar hospedagens confortáveis com rústicas, utilizando, sempre que possivel, as mais confortáveis para o final
- Pernoite em redes para jovens e adultos em redes sempre com mosquiteiros
- Evitar pernoite em redes para terceira idade
- Prever local para banhos com privacidade e segurança (p.ex. banhos em trapiches e flutuantes).
Logística
- Fornecer informações “pré-partida” (pre-departure information)
- Elaborar programas com um máximo de três destinos para um passeio de 12 a 15 dias
- Apresentar programação dia-a-dia e, se possível, com horários ou durações
- Manter sempre a pontualidade nas atividades e etapas programadas.
- Anexar mapas e/ou croquis da localização da região e dos roteiros locais
- Prever dia de descanso entre dias com etapas difíceis ou longas jornadas
- Sempre pensar na privacidade dos clientes (banhos, refeições, pernoite)
- Prever o início das atividades bem cedo (05:00/06:00h), recomeçando mais tarde (15/16:00h), evitando atividades entre 12 e 14:00h, se o dia estiver quente
- Em jornadas longas, fazer intervalo de descanso, em local sombreado, entre 11 e 14:00h, sempre que possível armando redes para descanso
- Informar sobre seguros pessoasl, acidente, bagagem e/ou de equipamentos
- Prever kits de primeiros-socorros, “kit dos esquecidos” (filtro solar, repelente de insetos, chapéu, etc.)
- Prever rádio para contato intra-grupos (barco-base, barco-barco etc.)
- Saber como é o atendimento em emergências regionais (postos de saúde, hospitais, táxi aéreo etc)
- Saber como contatar regionalmente defesa civil, polícia, guarda-florestal etc.
- Manter o interesse do grupo com “pontos altos” (p.ex. revoadas ao pôr-do-sol)
- Explicar, via “folha de informações” (fact-sheets), a razão de visitas ou contatos com comunidades locais, sempre deixando claro, no contexto, o motivo
- Evitar excessivo contato comunitário, deixando o cliente optar pelo momento e pela duração de contato, resguardando a privacidade de clientes e comunidades
- Evitar forçar o cliente a visitar locais ou instalações que não estiverem relacionados com o interesse principal (p.ex. visitar casa de farinha, caso não esteja no programado).
Alimentação
- Usar água engarrafada quando não há água de fontes confiáveis
- Tomar cuidado com a água usada na preparação e lavagem de alimentos
- Utilizar alimentos frescos e de boa qualidade
- Ter à disposição filtros de água portáteis e comprimidos (p.ex. Puritabs)
- Informar, com antecedência, locais e horários de refeições
- Oferecer aos estrangeiros vegetais e frutas, lavados, de preferência sem descascar ou cortar, deixando que eles mesmos descascasquem
- Considerar que muitos estrangeiros são vegetarianos
- Dar mais atenção à qualidade que à diversidade ou à quantidade de pratos
- Levar lanches e/ou frutas para etapas longas ou atividades demoradas
- Sugerir que os visitantes consumam comidas regionais mas pouco condimentadas
- No preparo de carnes, dar preferência a assados ou grelhados
- Evitar tempero excessivo e alimentos fortes (pimenta, dendê, gordurosos, feijoada)
- Evitar refogados ou cozidos e, sobretudo, comidas regionais exóticas
- Sempre que possível, mostrar área de preparo de alimentos
- Esmerar na higiene dos locais de preparo e na lavagem de utensílios.
Lancha 'ajato", fechada, com ar condcionado, apropriada para deslocamentos rápidos de médio a longo percurso.
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- Observação de Aves - Parque Nacional do Pantanal Matogrossense
- Observação de Aves - Observação da Natureza / Programa MPE, manual 2004
Fonte
Análise de Viabilidade da Observação de Aves em Unidades de Conservação, Ibama, 2000, Roberto M.F. Mourão.