Observação de Aves
por Roberto M.F. Mourão, Instituto EcoBrasil
Fonte: Análise de Viabilidade da Observação de Aves em Unidades de Conservação, IBAMA, 2000.
Foto: Saddle-billed stork (Ephippiorhynchus senegalensis) © Roberto Mourão, Niger, África, 1987
Nomes de aves
Primeiramente, devemos considerar que “ave” é a terminologia correta para os seres emplumados, genérico para as diversas espécies da avifauna. O uso de “pássaros” ou “passarinhos” como genérico é considerado cientificamente errado para se referir a aves passeriformes, como andorinhas, bem-te-vis, curiós, joões-de-barro, entre outras. No Brasil, informal e carinhosamente, utiliza-se o termo 'passarinhar' para a observação das aves (birding ou birdwacthing, em inglês).
Os nomes comuns variam de região para região, sobretudo em se tratando de um país de dimensões continentais como o Brasil, onde os nomes são dados pelos habitantes de determinada região (índios, ribeirinhos, caiçaras etc.) em função das características mais aparentes ou relevantes da ave (cor, canto, local, hábitat, comportamento etc.).
Por essa razão, uma mesma especie pode receber diferentes nomes ependendo da região. Tomemos o exemplo do Tiê-sangue (Ramphocelus bresilius), ave símbolo da Mata Atlântica e uma das mais belas espécies do planeta, ele também conhecido como Sangue-de-boi, Tiê-fogo, Chau-baêta e Tapiranga, é uma ave sul-americana passeriforme da família Thraupidae, reconhecida pela beleza de sua plumagem vermelha.
Seu nome científico significa: do (grego) rhamphos = bico; e koilos, këlis, kelas = côncavo, marcado; e do (latim) bresilius = referente ao Brasil, brasileiro - ou seja "ave brasileira com bico côncavo". Em inglês é conhecido como Brazilian Tanager (tangará brasileiro).
A nomenclatura é um assunto complicado, que provoca debates até mesmo entre especialistas e ornitólogos, e só se acalmam os ânimos quando a referência se faz em latim ou grego, línguas usadas para dar nomes a espécies da flora e da fauna, para se poder ter uma referência universal.
O nome científico em geral é formado por pares de nomes (às vezes, há três) cujos significados – do grego ou latim – são decorrentes das características da ave (hábitos, forma, cores, canto etc.). Mas também podem incluir o nome de quem a identificou primeiro ou uma homenagem a alguém.
O Príncipe é uma ave passeriforme da família Tyrannidae.
Recebe outros nomes comuns, além de Príncipe. Na região pantaneira recebe o nome comum de Barão-do-melgaço e indica a chegada próxima à festa de São João, no final de junho, quando é mais notado. Podendo ser chamado ainda no município de Barão de Melgaço, assim como na maioria do Pantanal (Poconé, Cáceres) como São-joãozinho.
É popularmente denominado de “Sangue-de-boi” no sul do Brasil, assim como “verão” no extremo sul do Brasil, indicando a chegada, por lá, no período em que o tempo esquenta, após o inverno. Também é conhecido como Papa-moscas-vermelho e Mmãe-do-sol (interior de São Paulo).
Nome comum: Principe
Nome inglês: Vermilion Flycatcher
Nome científico: Pyrocephalus rubinus
Grego: pur = fogo, vermelho + grego: kephale = cabeça + latim: ruber = vermelho
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Fonte
Análise de Viabilidade da Observação de Aves em Unidades de Conservação, Ibama, 2000, Roberto M.F. Mourão