Plano de Desenvolvimento do Turismo Cultural de Paraty
Fase I: Análise da Situação Atual
Para conhecer a região profundamente e a sua realidade de forma objetiva, a primeira fase do Plano constituiu-se em um trabalho de análise “in loco” que descreve uma visão atualizada e abrangente da região turística, com suas características, relações com o mercado, análise dos programas e políticas atuais e avaliação dos recursos, atrativos, produtos e do desenvolvimento turístico.
O Turismo em Paraty
Em Paraty foram realizadas duas pesquisas sobre a atividade turística no município, uma em 2003 e outra 2005. O primeiro estudo foi realizado pela Solving Consultoria para a elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Turístico e o outro realizado pela Fundação CIDE para a TurisRio. Esses são os dados e os indicadores que compõem a base de referências organizadas sobre o turismo na cidade.
O mapeamento realizado para o Plano Diretor de Turismo é o mais abrangente e possibilita uma visão em profundidade da atividade turística em Paraty, a estrutura de equipamentos e serviços, o volume turístico e a estimativa de receita gerada. A pesquisa efetuada pela Fundação CIDE limita-se a identificação do perfil do turista, caracterização da viagem e avaliação de satisfação.
Volume Turístico Atual (2007)
A falta de pesquisas sistemáticas impede uma análise objetiva relativa ao volume turístico atual de Paraty. Existe um dado sobre o turismo internacional na pesquisa de Dimensionamento e Caracterização do Turismo Internacional do Brasil, onde Paraty aparece entre os principais destinos receptivos para o segmento de lazer, ocupando a 11ª posição com 2,9% de participação neste mercado.
Existem fatores objetivos que contribuem para o crescimento do volume de visitantes em Paraty. A cidade se beneficia dos resultados positivos da economia brasileira, que permitiu o aumento o número de viagens por pessoa e o número de viajantes. Pela localização geográfica privilegiada, entre os maiores emissores do turismo doméstico, com a crise aérea Paraty se transformou em uma opção de destino, pois o acesso é eminentemente rodoviário.
O aumento de volume de público nas duas últimas temporadas de verão (2006/2007 e 2007/2008), principalmente nos períodos do Reveillon e Carnaval, considerado pelo trade local acima da média de anos anteriores, pode ser creditado a esses fatores. No entanto, existe uma avaliação quase unânime por parte dos empresários e moradores de Paraty, que o número de turistas aumentou, mas caiu a qualidade, a rentabilidade teria sido proporcionalmente menor nesses picos de verão.
Por outro lado, existem aspectos relacionados à imagem geral de Paraty. A cidade, desde meados dos anos de 1970 se transformou em cenário privilegiado para o cinema e a televisão, mas é a presença positiva nas sessões de cultura dos principais veículos de imprensa, o fator mais significativo em termos de consolidação de imagem como destino turístico privilegiado.
A Receita Turística
De acordo com os dados do ano de 2003, o setor turístico de Paraty movimentava por ano cerca de R$ 94.879.000. No entanto, uma parte expressiva desta receita era destinada a outros municípios, fornecedores de produtos e serviços utilizados pelo setor turístico de Paraty.
O levantamento do Plano Diretor de Turismo diferencia a receita gerada pelo turismo considerando a tipologia do visitante de Paraty, se turista ou excursionista (este compreendido como o visitante que passa até um dia na cidade, mas não faz nenhum um pernoite). O primeiro grupo corresponde 94,2% do volume total do fluxo que a cidade recebe, com uma taxa permanência média de 3,04 dias. O segundo grupo representa 5,8% do fluxo de visitantes, com participação de receita proporcionalmente menor, cerca de 3% do total gerado.
O levantamento de 2003 indica que existiam, naquele ano, 227 meios de hospedagem no Município, com média de 10 UHs por equipamento. A estimativa é que à época da pesquisa existiam em Paraty 2.272 unidades habitacionais, totalizando 6.126 leitos. A taxa de ocupação média anual era então de 22,05%.
O Fluxo Turístico
Em 2003, o número total de turistas foi estimado em 231.948 pessoas.
Pelos dados do turismo internacional levantados na Pesquisa da Fipe, Paraty teria recebido em 2006 aproximadamente 64 mil turistas estrangeiros, o equivalente a 2,9% do volume do segmento de lazer (de acordo com os dados da Embratur foram 5,18 milhões de turistas estrangeiros em 2006, dos quais 44% vieram em viagem de lazer).
De acordo com os dados da Pesquisa da CIDE/Turisrio, em 2005 os turistas estrangeiros representaram 16,1% do total do fluxo turístico de Paraty, considerando que esse patamar se manteve em 2006, é possível estimar em aproximadamente 400 mil visitantes o volume turístico de Paraty naquele ano.
Emprego e Renda
De acordo com o Ministério das Cidades, em 2003 cerca de 51,6% das pessoas ocupadas em Paraty trabalham diretamente com o Turismo ou atividades ligadas aos serviços e setores co-relacionados, como o Comércio, Alimentação, Transporte e Comunicação, entre outros.
O Plano Diretor de Turismo do Estado do Rio de Janeiro elaborado em 2001 indica que 10,8% da mão-de-obra paratiense trabalhava diretamente com o Turismo. Na pesquisa do Plano Diretor de Desenvolvimento do Turismo de Paraty aponta para dados de empregabilidade do setor de serviços semelhantes aos do Ministério das Cidades, no qual se destaca o turismo como responsável especificamente por 39,22% do total dos empregos diretos, fixos e regulares.
A situação dos Setores vinculados ao Turismo Cultural
Paraty tem uma imagem turística diretamente relacionada ao turismo cultural, a importância do patrimônio material e imaterial é determinante. É uma cidade reconhecida pelo IPHAN como Patrimônio Cultural e Paisagístico Nacional, que é candidata à lista de Patrimônio Cultural da Humanidade.
O Ambiente Cultural do município de se caracteriza pelo conjunto arquitetônico singular de seu Centro Histórico, por um impressionante entorno paisagístico natural, ao qual se integram mosaicos culturais: comunidades tradicionais, sítios e caminhos históricos.
A cultura ganha vida em festas, manifestações e expressões: nos ateliês dos artistas plásticos, na dança, a música, o folclore, o artesanato e uma gastronomia peculiar. Mais recentemente, sobretudo a partir da virada do milênio, Paraty passou a integrar o seleto grupo de lugares capazes de realizar eventos culturais de qualidade e que são indutores de fluxos turísticos.
No entanto, não existe uma secretaria específica de cultura ou mesmo uma fundação para a gestão do setor no Município. Paraty não dispõe de um inventário ou uma base de dados que monitore a produção cultural em seus diferentes aspectos e em sua relação ou interação com o setor turístico. Outro aspecto a ser considerado é relação entre o número de turistas e a freqüência destes aos atrativos eminentemente culturais de Paraty. Verifica-se que a proporção é pequena e que volume de visitas não acompanha o ritmo de crescimento do fluxo turístico à Cidade.
A situação de Paraty no Mercado Turístico
O Mercado Turístico
A análise dos dados disponíveis indica que o mercado regional é determinante no turismo de Paraty.
Na Pesquisa do turista atual realizada durante o período da semana santa deste ano (entre 21 e 23 de março de 2008) indica que quase 70% dos turistas que visitam a cidade têm origem em São Paulo e Rio de Janeiro.
O resultado confirma a tendência apontada na Pesquisa de Dimensionamento e Caracterização do Turismo Doméstico no Brasil, sobretudo em função proximidade com São Paulo, que o principal emissor do turismo interno no país.
Mas é importante ressaltar que Paraty, apesar da localização entre as maiores capitais brasileiras, não dispõe de um acesso rápido, pois a viagem para a cidade é necessariamente rodoviária e o percurso pode levar em média 5 horas, partindo do Rio de Janeiro, e 6 horas a partir de São Paulo; mesmo assim, a participação de públicos estrangeiros e de outras unidades da Federação é superior a 10%.
O Turista de Paraty
Os dados disponíveis indicam os visitantes de Paraty tem como motivação o turismo de lazer, mais de 90% do total manifesta essa como a razão da viagem à cidade.
A pesquisa do turista atual elaborada para o Plano de Desenvolvimento do Turismo Cultural procurou detalhar a motivação do turista de Paraty.
Foi solicitado aos entrevistados que indicassem duas motivações principais da escolha da cidade como destino da viagem: a cultura aparece em primeiro como a principal motivação. No entanto, a natureza é uma motivação importante, aparece na segunda colocação como interesse principal e em primeiro lugar como possibilidade complementar.
Outro aspecto relevante é o da acessibilidade, que foi destacado como motivação principal para 9% dos entrevistados, esse é um diferencial competitivo importante do destino, sobretudo pela localização geográfica da cidade e sua proximidade com os maiores centros urbanos do país.
Em 2005, no levantamento realizado pela Fundação CIDE/Turisrio, foi colocada uma pergunta sobre a “razão da escolha de Paraty” como destino da viagem, com respostas induzidas e possibilidades combinadas: “opções de lazer”, “interesse cultural”, “interesse profissional”, “paisagem natural”, “interesse científico” e “outros”.
A sistematização dos dados coloca o “interesse cultural” como a principal razão da escolha do destino, com 53% de citações, seguido pelas “opções de lazer” que a cidade oferece e pela “paisagem natural”, com 47% e 26% de menções.
Mar de Cultura
Plano de Desenvolvimento do Turismo Cultural de Paraty
- Fase I: Análise da Situação Atual
- Fase II: Formulação da Estratégia
- Fase III: Plano de Ação
- Macro-programa 1 - Infraestrutura Urbana e Ordenamento dos Espaços Públicos
- P01. Programa de Saneamento
- P02. Qualidade de Vida & Responsabilidade Social
- P03. Urbanização e Paisagismo
- P04. Acessibilidade
- Macro-programa 2 - Infraestrutura de Apoio ao Turismo
- P05. Serviços Turísticos
- Macro-programa 3 - Qualificação dos Serviços
- P06. Qualidade do Turismo em Paraty
- Macro-programa 4 - Estruturação dos Produtos Turísticos
- P07. Caminhos de Paraty - Caminhos do Brasil
- P08. Comunidades Tradicionais
- P09. Práticas da Cultura Viva
- P10. Roteiros & Serviços Especializados
- Macro-programa 5 - Planejamento & Gestão
- P11. A Gestão do Destino
- Macro-programa 6 - Marketing Interno e Sensibilização
- P12. Consciência Ambiental
- P13. Valorização Cultural
- Macro-programa 7 - Marketing nos Mercados
- P14. Programa de Identidade Turística
- P15. Programa de Promoção nos Mercados
- P15. S1 Promoção para a Imprensa
- P15. S2 Promoção para o Trade
- P15. S3 Promoção aos Turistas
- P16. Programa de Gestão da Informação de Mercado