CATEGORIA CONCEITOS

bla bla bla

 

 

logo Arquitetura Sustentavel web

 

Bioconstrução


Taipa de Pilão

A Taipa de Pilão é uma técnica de construção muito antiga e bastante utilizada no período colonial do Brasil, mas que também está sendo muito empregada atualmente em construções ao redor do mundo por suas características de sustentabilidade..


O que é

  • É uma técnica construtiva milenar

  • Utiliza a terra como matéria-prima

  • O nome deriva do fato de se utilizar um pilão para socar a terra de dentro de uma forma de madeira, que se chama taipal.


Como é feita - passo a passo

Existem algumas maneiras diferentes de construir com taipa, nesse caso vamos detalhar a técnica convencional:

  1. Defina a altura e a espessura da parede. Alguns autores dizem que a proporção ideal é, para cada 1,0 m de altura, deve-se ter 10 cm de espessura. Uma parde de 3m, por exemplo, deve ter no mínimo 30 cm de espessura.

  2. Realizar a fundação para afastar a parede da umidade, pode ser de pedra ou de concreto. A opção normalmente utilizada são as sapatas corridas, que permitem uma distribuição de cargas uniformes no solo e dificultam a capilaridade

  3. Seleciona-se a terra, que deve ser isenta de matéria orgânica e idealmente ter uma porcentagem média de 30% de argila e 70% de areia. Quando retirada do local, não se deve utilizar a primeira camada da terra que tem muito matéria orgânica, recomenda-se que se utilize a partir de 60cm de profundidade.

  4. Faz-se a Montagem das Fôrmas, utilizam-se chapas de compensado, preferivelmente do tipo naval resinado.

  5. Por fim se faz a Compactação. A cada 10 ou 15 cm de altura, o solo deve ser apiloado. Quando o solo estiver próximo ao nível máximo das fôrmas, estas são desmontadas e reposicionadas. As fôrmas podem ser reutilizadas diversas vezes.

Atualmente existem métodos mais modernos, que usam formas metálicas, compactadores pneumáticos e muitas vezes adiciona-se um pouco de cimento como estabilizador.


Vantagens

  • Material natural abundante e reutilizável;

  • Possibilidade de uso da terra do próprio terreno;

  • Tem um excelente isolamento termoacústico;

  • Proporciona um ambiente saudável, a terra é atóxica e permite que a parede “respire”;

  • Pode ser mais econômica;

  • Facilidade para autoconstrução (orientada);

  • Resistência ao fogo, a terra não é um material combustível;

  • Durabilidade;

  • Menor emissão de CO2, tanto por ser um material natural, quanto por se utilizar terra local, diminui-se a necessidade de transporte.

  • Não há necessidade de revestimento, pela beleza da textura da parede. Em locais de clima quente, pode-se caiar externamente, que refletirá o calor. 

 
Desvantagens

  • Fragilidade à umidade;

  • Limitação de altura;

  • Falta de padronização;

  • Recomenda-se que as instalações não fiquem dentro das paredes de taipa de pilão.

 

Fontes: 

:. SustentArqui

 

copyright icon

Roberto M.F. Mourão / ALBATROZ Planejamento
Para uso e permissões favor contatar: roberto@albatroz.eco.br

 

 

 

 

logo mula cargueira

 

Métodos de Capacidade de Carga Turística

 

Conceito

O conceito de Capacidade de Carga (Carryng Capacity) surgiu nos Estados Unidos por volta de 1950, tomado emprestado da ecologia.

O conceito foi inicialmente desenvolvido para manejo da fauna, baseado na noção de que um organismo só sobrevive dentro de limitada gama de condições físicas.


Os primeiros estudos de CC surgiram na pecuária e foram utilizados pelos criadores que precisavam saber se o pasto que dispunham era suficiente para o número de cabeças e se a pastagem crescia em tempo de alimentar a todos incessantemente.
A dificuldade de usar amplamente o termo para “uso humano” é difícil uma vez que numa dada área ou região, a economia humana não ocorre isoladamente. 

Por ter sua origem com base nas ciências naturais, o termo “capacidade de carga” sugere uma objetividade e precisão que não se pode assegurar no planejamento envolvendo atividades com seres humanos, uma vez que o processo de planejamento é dinâmico, relativamente imprevisível e suscetível a constantes ajustes e mudanças de rumo.


Principais Métodos de Cálculo da Capacidade de Carga Turística

A evolução do conceito e a diversidade de métodos é consequência de uma dinâmica que sempre provocará aperfeiçoamentos nas técnicas e conceitos de uso de capacidade de carga como estratégia de manejo.

Apesar dos avanços e da diversidade de métodos, no momento de determinar limites nota-se uma carência de procedimentos que, além de confiáveis, sejam práticos, aplicáveis e coerentes com a realidade local. O processo implica em realizar revisões periódicas, sequenciais, e permanente de planificação e ajuste do manejo da visitação.

Esta dificuldade fica mais evidente em países em desenvolvimento onde há insuficiência de pessoal, recursos, informações, sistemas e tecnologia. Tal fato implica em estabelecer métodos de fácil aplicação, que reconheçam essas carências.

Países e organizações ajustam, adaptam ou criam novos métodos conforme suas necessidades.

Principais Métodos

CC TJ cc cronologia cc ucs 1980 2015 

 

Capacidade de Carga Turística (CCT)

 

inca logo

 

Estudos de Caso

Trilha Inca / Inca Trail, Machu Pichu, Peru

 

Mapa da Trilha Inca /  Rotas Km 82, Km 88 e Km 104.

inca trail map

 Variação das altitudes durante a caminhada.

inca altitides hike road train

inca altitude x 4 dias

Click nesse link ou nas imag4ens para voltar à página anterior.

 

 

Trilha Inca / Inca Trail, Machu Pichu

inca logo

 

Estudos de Caso

Trilha Inca / Inca Trail, Machu Pichu, Peru

 

Trekking

inca trail mapA Trilha Inca é a trilha mais famosa da América do Sul e é avaliada por muitos como estando entre as 5 melhores caminhadas do mundo.

Em apenas 43 km (26 milhas) consegue combinar belas paisagens montanhosas, exuberante floresta nublada, selva subtropical e, é claro, uma impressionante mistura de pedras de pavimentação incas, ruínas e túneis.

O destino final da trilha não poderia ser melhor: Machu Picchu, a misteriosa "Cidade Perdida dos Incas".

Click nesse link ou no mapa para ver mapa detalhado. 

Embora existam literalmente milhares de quilômetros de "Inca Trails" em todo o Peru, nos concentramos na trilha Inca Trail de 4 dias que começa no km 82 da ferrovia (82 quilômetros ao longo da ferrovia de Cusco a Aguas Calientes) e nas montanhas que passam. as ruínas incas de Llactapata, Runkurakay, Sayacmarca, Phuyupatamarca e Wiñay Wayna antes de finalmente chegar a Machu Picchu, para o nascer do sol no 4º dia da caminhada.

Introdução
  
Os Incas construíram uma rede altamente avançada de mais de 30.000 mil km de trilhas para conectar os cantos distantes de seu vasto império que se estendia de Quito no Equador até Santiago no Chile e leste até Mendoza na Argentina.

Cusco estava no coração deste grande império. Quase todas as principais trilhas nas montanhas ao redor de Cusco foram construídas ou melhoradas pelos incas.

Um trecho de 43 quilômetros de trilhos montanhosos ligando os importantes sítios arqueológicos incas de Runcuracay, Sayacmarca, Phuyupatamarca, Wiñay Wayna e Machu Picchu se tornou popular entre os caminhantes nos últimos 30 anos e se tornou conhecido como a "Trilha Inca para Machu Picchu"

O acesso a esta seção da Trilha Inca é estritamente controlado e somente as empresas de trekking autorizadas podem vender esta trilha. Todos os guias na Trilha Inca devem ser licenciados e apenas um número limitado de permissões de trekking é emitido e deve ser adquirido com vários meses de antecedência.

Ao reservar um tour Inca Trail, reserve sempre com uma empresa de trekking respeitável e verifique o itinerário diário de trekking.

Se a caminhada que estiver pesquisando não incluir uma visita a todos os sítios arqueológicos listados acima, então pode ser possível que você esteja olhando para uma jornada diferente completamente. Há muitas agências de viagens inescrupulosas no Peru que vivem bem de visitantes enganosos sobre a rota de sua Trilha Inca.

A Trilha Inca Clássica de 4 dias para Machu Picchu
 
inca altitides hike road trainEste caso refere-se principalmente à Trilha Inca Clássica que começa em um local conhecido como Km 82 (assim chamado porque está localizado a 82 quilômetros ao longo da linha férrea entre Cusco e Machu Picchu).

Geralmente leva 4 dias para fazer essa jornada chegando às ruínas incas de Machu Picchu para o nascer do sol no quarto dia (por isso referido como a trilha clássica de 4 dias da Trilha Inca para Machu Picchu).

A caminhada é classificada como moderada e qualquer pessoa razoavelmente em forma deve ser capaz de cobrir a rota. É bastante desafiador, no entanto, e altitudes de 4.200 m são atingidos, garantindo assim que você esteja bem aclimatado é importante. Se chegar do nível do mar, planeje passar pelo menos 2 dias completos em Cusco antes de começar a caminhada. Isso deve dar tempo suficiente para a aclimatação e dar-lhe oportunidade suficiente para visitar a cidade de Cusco e as ruínas incas próximas a Sacsayhuaman, Q'enko, Pucapucara e Tambomachay, além de passar um dia ou dois explorando o Vale Sagrado dos Incas visitando a cidade mercantil de Pisac e a fascinante fortaleza Inca em Ollantaytambo.
 
A Trilha Inca Clássica de 4 dias pode ser percorrida durante todo o ano, embora os meses de abril até outubro sejam provavelmente mais confortáveis, já que o clima é mais seco. Junho, julho e agosto estão na alta temporada, quando a trilha pode ficar lotada, então não se esqueça de fazer uma reserva com antecedência.

inca altitude x 4 diasA Trilha Inca de 4 dias é fechada todos os anos durante o mês de fevereiro para permitir os trabalhos de manutenção. Os meses de janeiro e março estão na estação chuvosa, então caminhar pela trilha pode ser um pouco miserável, a menos que você tenha uma boa capa de chuva e uma barraca impermeável.
 
Embora a grande maioria das pessoas façam essa caminhada em 4 dias, algumas pessoas preferem espalhar a jornada por 5 dias. Você encontrará, portanto, algumas empresas de trekking oferecendo uma trilha Inca Trail de 5 dias. Antes de reservar esta caminhada, é uma boa ideia estudar o itinerário detalhado. Embora a caminhada de 5 dias permita que você evite alguns dos acampamentos mais cheios, o grupo frequentemente chega a Machu Picchu por volta do meio-dia no dia 4 da caminhada.

A Trilha Inca Curta (tipicamente 1 ou 2 dias, sem acampamento)

Há dois caminhos alternativos principais para a tradicional Trilha Inca Clássica de 4 dias que termina em Machu Picchu.

A primeira e mais popular alternativa é a Short Inca Trail, que pode ser completada em 1 ou 2 dias. Esta é uma caminhada mais fácil e começa mais ao longo do Vale do Rio Vilcanota, mais perto de Machu Picchu, em um lugar chamado km 104. As licenças de trekking são necessárias para esta caminhada, portanto, é necessário reservar com vários meses de antecedência.

 
Trilha Salkantay e Inca (tipicamente 7 dias)

A segunda alternativa para o clássico Inca Trail trek é uma caminhada de 7 dias mais extenuante via Salkantay, uma bela montanha coberta de neve.

Esta caminhada é geralmente feita em 7 dias, embora os trekkers experientes possam percorre-la em 6 dias.

A caminhada começa perto da cidade de Mollapata e os primeiros 3 dias são passados ​​em torno do sopé da montanha Salkantay.

No dia 4 da trilha, a trilha se une à rota da Trilha Inca Clássica e visita aos sítios arqueológicos incas de Runcuracay, Sayacmarca, Phuyupatamarca, Wiay Wayna antes de caminhar para Machu Picchu no último dia.

Esta é realmente uma caminhada espetacular que combina o melhor das montanhas cobertas de neve e ruínas incas. No entanto, desde licenças de trek são necessárias esta caminhada deve ser reservado com muitos meses de antecedência. As empresas de trekking geralmente não oferecem essa jornada como um serviço de grupo / pool e, se o fizerem, pode ser muito caro.

A melhor maneira de organizar esta caminhada é reservar um tour privado, ótimo se você estiver viajando com um grupo de amigos ou fizer parte de um clube de caminhadas.

 

Trilha Inca / Inca Trail, Machu Pichu

 

 

Comunidades Tradicionais

Jangadeiros

 

O Jangadeiro é um pescador artesanal que conduz e utiliza a jangada como embarcação, referindo-se como o indivíduo dono, patrão ou tripulante desta embarcação tradicional.

tbc jangadeiro tibauNa jangada, a tripulação, nas versões da jangada tradicional - ou seja, o modelo mais comum que conhecemos desde o início do século XX, é de três a cinco pessoas. Essa turma trabalha num espaço de aproximadamente 5 a 7 metros, em média (na maior extensão, embora haja jangadas maiores de 8 metros), por 1,4 a 1,7 metros, na menor extensão.

Os jangadeiros sempre obedecem a regras bem conhecidas de uso das marés, dos regimes de ventos, das correntes, da sazonalidade da pesca.

Em função disso, suas incursões no mar variam bastante quanto ao tempo de permanência, ao trajeto navegado, e ao tipo de pesca que conseguem. Um período de permanência comum era de três dias a uma semana (algumas vezes mais, como relatam os antigos pescadores) no mar alto, a até 120 quilômetros da costa. Essa duração é cada vez mais rara, e os jangadeiros dificilmente ultrapassam os três dias, na atualidade, com incursões de até 50 quilômetros distanciados da costa.

Da mesma forma, as incursões de grupos de jangadas também são cada vez mais raras, sendo mais freqüente a pesca de uma turma isolada, numa única jangada.

Hoje em dia, aproveitando o crescimento do turismo no litoral Nordeste, a cada dia cresce o número de jangadeiros abandonando a pesca e fazendo passeios turísticos.

A Jangada

Jangada refere-se a uma embarcação de madeira utilizada por pescadores artesanais da Região Nordeste do Brasil.

tbc jangadeiro jangada artesanal webA forma da jangada incorpora uma série de interessantes avanços da ciência artesanal neolítica - que realizava experimentos diretos, nos materiais e a partir dos fenômenos presenciados, em "projetos de pesquisa" totalmente guardados na memória dos artesãos.

Em especial sua vela triangular envolve uma série de efeitos avançados, relacionados à dinâmica dos fluidos. Também conhecida como "vela latina", ela permite navegar contra o vento, aproveitando a diferença de pressão do ar, que se forma entre sua "face externa" (aquela que se torna convexa pela pressão interna do vento) e sua "face interna" (aquela que se torna côncava, lado em que se posta o navegante).

As grandes embarcações também usaram a vela latina, mas de modo limitado, pois o seu emprego bem sucedido depende crucialmente da presença do navegante, que deve estar atento aos movimentos do vento: as diferenças de pressão são ativamente manipuladas por todo o tempo de navegação contra o vento. Os mesmos princípios são usados para manter os aviões no ar, graças à geometria de suas asas.

No caso da jangada, há uma graciosa curva quase-parabólica na parte superior do triângulo, e outra mais estendida e curta, abaixo. Essa assimetria se deve à altura de manipulação do mastro, que gira suavemente - dessa vez usando o princípio mecânico da alavanca - em torno de seu eixo.

Sua tecnologia de construção consiste no emprego hábil de materiais como madeiras de flutuação (como a balsa paraense, e outras espécies de difícil obtenção na atualidade), tecidos e cordas artesanais. A jangada tradicional não possui elementos em metal (como pregos, braçadeiras, etc); toda a sua estrutura é totalmente fixada por encaixes e amarrações com cordas de fibras selvagens.

A jangada é feita, tipicamente, com 6 paus:

  • 2 no centro (chamados de "meios")
  • 2 seguintes, dispostos simetricamente (chamados "mimburas", palavra de origem tupi)
  • 2 externos, chamados de "bordos".

tbc jangadeiro ilustracaoOs 4 paus mais centrais (meios e mimburas) são unidos por cavilhas de madeira mais dura que a desses paus. Já os paus de bordo são encavilhados nos mimburas, de modo a ficarem um pouco mais elevados.

Sobre essa armação básica, instalam-se 2 bancos de madeira (cada qual respectivamente suportado por 4 elegantes hastes também de madeira, presos aos mimburas. Sobre essas hastes fixa-se uma tábua de madeira rija. O banco mais central, ou banco "de vante", apóia o mastro da jangada. O outro banco, da ré, também é chamado de banco "do mestre", pois nele trabalha o diretor da jangada (que, com um remo, a dirige). O remo do mestre se encaixa entre o mimbura e um dos paus do meio (o meio de boreste). Há ainda uma outra abertura entre os dois paus do meio, para a passagem da "tábua de bolina". Essa tábua pode ser habilmente graduada em altura (o quanto é enfiada no mar) e inclinação (de forma mais limitada, no plano medial da embarcação). A tábua de bolina reduz o caimento da jangada quando ela navega com a proa bem cingida à linha do vento: isso é "navegar à bolina" (palavra que, por sua vez, vem do inglês "bowline").

Todos os elementos da jangada tradicional são feitos artesanalmente, desde o mastro à vela, das cordas ao banco de navegação, redes de pesca, anzóis, âncora e samburás (cestos para guardar peixes e pertences).

Suas dimensões são resultado de uma série de "limitantes de projeto" náutico, entre os quais: o tamanho dos troncos disponíveis, a resistência dos encaixes e amarrações, a força necessária para movê-la sobre as ondas, o tamanho das velas e o empuxo do vento sobre elas, a força humana necessária para que apenas um homem (por vez, rotineiramente) a manobre, entre outros. Sua ergonomia é engenhosamente composta e administrada, se compreendermos essa embarcação artesanal com os olhos dos projetistas modernos.

O surgimento da jangada no isolado Nordeste Brasileiro

Como a jangada chegou ao Brasil? Ou se ela já estava aqui, seria como parte da cultura dos povos indígenas?

tbc jangadeiro jangadas porto de galinhasA palavra "jangada" trai essa origem ''asiática'': vem de "changadam", palavra malaiala (língua dravídica da costa do Malabar, no estado indiano de Kerala) e, mais anteriormente, do sânscrito. Muito antes de ser uma embarcação típica de qualquer zona do Brasil, o termo sempre correspondeu a uma embarcação rudimentar feita com troncos de madeira.

A jangada vem para o Brasil como parte da rica troca havida entre a Índia, a África, a China e o Japão, sobretudo nos primeiros dois séculos da colonização do Brasil, pelo povo português. Incorpora ainda técnicas indígenas de corte de madeiras e extração das fibras de cordoamentos. Vem com as pessoas envolvidas nesse tráfico de outras pessoas, de bens, de animais, de plantas, de saberes - e, claro, especialmente o saber dos pescadores do Oceano Índico e das costas do Moçambique, que usavam barcos artesanais semelhantes às jangadas brasileiras - mas não iguais.

Parece, aos olhos de hoje, que as jangadas somente surgem no trecho da costa do Nordeste que vai do Rio Grande do Norte ao Piauí por curiosas razões históricas, pois poderíamos ter jangadeiros em todo o litoral do Brasil, desde o início da Colônia brasileira.

Isso se deveu, sobretudo, à sistemática eliminação de todas as formas de navegar que não fossem controladas pela Coroa portuguesa, em eficiente vigor desde o século XVII, com o início da exploração das Minas Gerais (centro-sul do Brasil), para evitar o contrabando do ouro. Essa faixa do litoral nordeste brasileiro era despovoada e imprópria para portos dos barcos transatlânticos à vela, pois é varrida pela poderosa corrente oceânica da Guiana, que dificultava terrivelmente a chegada de barcos vindos da Europa.

tbc jangadeiro ancoraOs primeiros jangadeiros lançaram seus barcos ao mar em meio ao abandono desses séculos de solidão e isolamento, ainda que fossem parte das diversas levas migrantes que povoaram o interior nordestino desde meados do século XVII, trazendo e cultivando o gado cuja carne alimentava os trabalhadores da mineração.

Com sua admirável capacidade de navegar contra o vento, e de usar a força do vento para sobrepujar a corrente oceânica, a jangada encontrou nesse trecho do litoral brasileiro uma situação ideal, até a chegada dos barcos motorizados, que viabilizam os (até hoje curiosamente poucos) portos surgidos desde o século XIX.

O conhecimento da construção dessa família de embarcações artesanais está em extinção: embora ainda haja colônias de pescadores remanescentes das primeiras comunidades que ocuparam o litoral brasileiro (sobretudo no litoral do Estado do Ceará e do Rio Grande do Norte), praticamente não se constrói mais a jangada tradicional, com troncos de madeira de flutuação, as jangadas de troncos. As atuais jangadas são feitas em pranchas de madeira industrializada ou utilizando instrumentos de corte mecanizado - as jangadas de tábuas.

 

 

Comunidades Tradicionais


Assuntos Correlatos