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     Texto e fotos:  Roberto M.F. Mourão (roberto@albatroz.eco.br)
                                 Albatroz Planejamento 

Estudo de Caso

Trilhas de Longo Percurso

Overland Travel: África, de Londres, UK a Dar-es-Salaam, Tanzânia, 1985-86

Um Safari pela África, de caminhão
Um relato parcial para ilustrar uma viagem por "trilhas" de longos percurso e duração.


Mapa da Rota + Detalhes da Viagem
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África, de Londres, UK a Dar-es-Salaam, Tanzânia, 1985-86

Informações da Viagem / Long Haul Expeditions 1985 (pdf para download)


Trlhas Off-road / Overland Travels

 

Trilhas

 

 

 

 

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Estudo de Caso

Trilhas de Longo Percurso

Overland Travel: África, de Londres, UK a Dar-es-Salaam, Tanzânia, 1985-86

Um Safari pela África, de caminhão
Um relato parcial para ilustrar uma viagem por "trilhas" de longos percurso e duração.

 

Cruzando o Continente Africano


africa truck yellowA viagem foi feita com apoio da agência mas usando um caminhão de um ex-guia que já havia feito a viagem um par de vezes.

O caminhão, um Leiland off-road, usado, comprado do exercito inglês, que teve sua carroceria alongada e adaptada com bancos de madeira compensada com assentos de espuma, coberto com lona plástica com janelas plásticas. 

Equipado com material de camping, tanque de combustível extra e provisionamento de água potável e mantimentos para 15 dias, que foram sendo repostos na medida que avançamos. Nas laterais, importantíssimas, afixadas as "sand mats", esteiras de aço perfuradas para desatolar o caminhão tanto na lama como na areia.

africa tribal human 3 womanafrica tribal human 2 womanafrica tribal human 4 man warriorImportante destacar a necessidade do planejamento e apoio de uma agência experiente em uma viagem dessas na época: ainda não era possível usar cartões de crédito, não havia celular e gps era um equipamento de uso militar, caríssimo. A navegação era feita por mapas - destacando os mapas da Michelin, com o uso de mapas da aeronáutica americana para cruzar trechos como o Chade onde o Saara é uma mar de dunas.

Éramos um grupo de 22 pessoas: 15 homens e 7 mulheres, 15 ingleses, 6 australianos e eu, brasileiro.

Todos na mesma barca, rumo a África. Ávidos por ver, ouvir, cheirar, tocar, sentir, amar, odiar, enfim, propostos a conhecer e viver todo o possível de um continente.


A Rota Londres - Dar-es-Salaam

africa map route

Click neste link ou no mapa para ver mapa da rota e detalhe da viagem.

O que a princípio me pareceu uma prova de resistência física, logo mostrou-se um "desafio emocional", quando a convivência diária, com raríssimos momentos de privacidade, nos dividiu em grupos de quatro ou cinco companheiros, carinhosamente denominados ”sindicatos”, unidos por afinidades, temperamentos, valores, que se opunham ou aliavam dependendo dos humores e decisões. Meu ”sindicato” era formado por 5 pessoas: Steve Hanman e Greg Connors, australianos, os ingleses David ”Aldy” e David Cavaliero, e eu.

Fisicamente, nos acostumamos à poeira constante, solavancos e a ser nocauteados pela diarréia. Com uma média de dois banhos semanais e um recorde de um em dez dias, no deserto, ao atravessar o Sahel, a sujeira já não nos assustava, mas valorizava o prazer de um banho e de uma roupa limpa.

Destaco de meu diário, quando demoramos nove dias para atravessar o Sahel, no Chade:

Terça-feira, 7 de janeiro de 1986: ”Finalmente terreno firme. Parece sonho sentar no caminhão, à sombra. Foram dias de sangue, suor e lágrimas. Ainda tenho o corpo moído dos dias passados. Tenho arranhões nos braços e cabeça. Meu pé esquerdo está ferido, com certeza, devido à falta de higiene. Procuro manter-me o mais limpo possível, mas só podemos utilizar água para beber e cozinhar. Só nos é permitido lavar as mãos e o rosto. Meu ultimo banho foi em Zinder, dia 28 de dezembro do ano passado! Nunca me senti tão sujo e o interessante (e triste): me acostumei à sujeira.


Deserto, Selva, Sahel, Savana, Silver Sand Beach

africa sahara dunesNo deserto do Saara, percorremos cerca de 8 mil quilômetros através do Marrocos, Argélia, Niger e Chade. 

Para a travessia do Saara, escolhemos a mais confiável e popular das trans-saarianas: a Rota do Hoggar, que liga Ghardaia, no norte da Argélia, a Agadez, em Niger, passando pelas cidades-oásis de El GoleaIn Salah e Tamanrasset.

africa dakar logoRota conhecida por ser a espinha dorsal do traçado original do Raly Paris-Dakkar, deve ser atravessada preferencialmente no inverno - de dezembro a fevereiro.

É no deserto que começa a “trincar” nosso contato com o mundo civilizado, descobrimos que as estrelas se movem e admiramos a rusticidade da vida tuareg.

Você espera encontrar uma paisagem estereotipada de dunas e dunas de areia a perder de vista, e se surpreende com constantes as alterações. Ora ela se transforma em planície, ora surgem rochas imensas, escuras e avermelhadas.

Às vezes, à noite, eu pegava uma manta, me afastava do acampamento e me recostava sob aquele manto de estrelas, imerso numa sensação de paz e isolamento, sentindo-me menos palpável perante o universo do que um grão de areia perante o Saara.

Nossa rota serpenteava através da República dos Camarões, República Centro Africana, Congo (na época Zaïre) e Rwanda.

A chegada a Camarões foi marcada pelo reencontro do Atlântico, em seu ”lado de lá”, para nós brasileiros. As semelhanças entre esse trecho da África e a costa norte do Brasil me provocaram um bombardeio de saudade.

Creio que o Congo foi o país que mais lembranças me deixou. De inicio, tomamos um autêntico African steamer através do Rio Zaire: o m/v Colonel Kokolo – tive a sensação de estar num dos afluentes do Amazonas –, e por quatro dias navegamos de Bumba a Kisangani, 500 quilômetros rio acima.

Na realidade, o Colonel Kokolo é um conjunto de barcaças unidas umas às outras, formando uma verdadeira cidade flutuante. Acampamos sobre o teto da barca. E nela tudo acontece. Se seu bilhete é de segunda classe, prepare-se para dividir quatro beliches com uma dúzia de pessoas, a maioria com bilhetes iguais aos seus. A terceira classe lembra os filmes bíblicos de Cecil B. DeMille, e eu acrescento: produzido no Paraguai. A passagem inclui duas refeições por dia, o resto pode ser consumido nos diversos restaurantes de ”comida caseira”, onde experimentei ”iguarias” como carne de macaco desfiada no caldo de feijão (?) e centopéias fritas que visualmente lembram camarão. Sobrevivi. De sobremesa, frutas suculentas.

À noite, pasmem, cerveja geladíssima, a meio dólar, no “american bar” do porão de carga da barcaça de segunda classe. Musica local, luz amarelada para criar o clima e conversava-se uma salada de inglês, francês e swahili noite adentro.

Antes de dormir, recostados no ”dormitório”, com brisa fresca e ruídos noturnos, enrolava-se um cigarro com uma estranha erva verde escura, vendida em sacolinhas de folhas de bananeira pelos pigmeus, que dá "uma gostosa sensação de relaxamento e faz esquecer o corpo moído de cansaço e os sonhos quase reais".

Ao desembarcar em Kisangani, senti os sintomas de quem foi vítima do mais temido animal local: o Anopheles, mosquito transmissor da malária. Foi uma semana de febre e delírio. Dos 72 quilos que pesava no momento, fui a 64. E a única vontade era de voltar para casa. É nessas horas que se toma consciência do quanto nós seres humanos somos frágeis.

Mas minha capacidade de recuperação me surpreendeu e, em menos de duas semanas, lá estava eu a escalar o vulcão Nyrangongo, às margens do Lago Kivu, 3.506 metros acima do nível do mar.

overland SilverBack marricheNormalmente a expectativa é encontrar na África as feras – particularmente os ”Cinco Grandes”, leão, búfalo, elefante, rinoceronte e leopardo –, na savana, e foi no Parc National du Kahuzi-Biega, nas montanhas próximas da fronteira Congo-Rwanda, que tive o mais emocionante contato com a vida animal.

africa gorilla silverback illustrationRastreamos, com guia e batedores do parque, uma família de gorilas da montanha, liderados por um silver back (com pelos dorsais esbranquiçados) de 1,80 de altura e cerca de 250 quilos.

Por cerca de uma hora seguimos selva adentro, admirando o grupo, liderado pelo Marriche (patriarca, em swahili), até que a certa altura, tendo um dos batedores cortado alguns galhos para melhor visão dos animais, Marriche enfureceu-se e ameaçou um ataque. ”Don’t move” (”não se mexa”), sussurrou Jean Bruno, o guia, e eu suei frio por um instante que me pareceu eterno, até que Marriche recuou, devagar, ofegante da descarga de adrenalina, recostando-se, a nos observar. Tínhamos abusado de sua paciência.

Após cruzarmos Rwanda – considerada a ”Suíça africana” por seu relevo e clima – finalmente chegamos à savanas, último trecho de nossa jornada.

SAHEL

Creio que para muitos – e aqui me incluo – a imagem da África se traduz em vida animal. Quem é que ao ver simba (leão, em swahili) não associa a África à sua majestosa figura ?

Kenya e Tanzânia, em suas reservas e parques, concentram o maior número de animais selvagens. Um paraíso de dentes, garras, bicos, cascos e chifres. Um paraíso ameaçado pelo mais terrível e inadaptado animal: o homem. Rinocerontes cujos chifres chegam a valer milhares de dólares tiveram sua população, no Quênia, decrescida de 20 mil para menos de 500, em 20 anos, vítimas de caçadores clandestinos. Sem que haja uma política de proteção séria, voltada para a natureza, o colapso será inevitável. Não é a primeira e nem será a última vez que o homem perderá o direito ao paraíso.

Perfeitamente adaptada à savana, vive uma raça, que me encantou: os masais. Belos, esguios, elegantes, envoltos em mantas de cores quentes, que vivem em cabanas de barro, pastoreando seu gado.

africa tanzania silver sand beach boatNossa jornada terminou em Silver Sand Beach, na costa da Tanzânia, onde o ”sindicato” se dispersou.

”Aldy” seguiu para a África do Sul, no caminhão. Greg, capturado pelos encantos de Pauline, uma neozelandesa do caminhão de amigos que fizemos na jornada, seguiu para Victoria Falls. David Cavaliero ficou perambulando por mais tempo pela África.

Eu e Steve, impregnados de imagens e experiências, tentamos uma carona de barco a vela de mercadores para o Egito ou Sudão e...

 

Bom, mas aí já é outra estória...

 

 

 

 

África, de Londres, UK a Dar-es-Salaam, Tanzânia, 1985-86

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Trlhas Off-road / Overland Travels

 

Trilhas

 

 

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     Texto e fotos:  Roberto M.F. Mourão (roberto@albatroz.eco.br)
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Estudo de Caso

Trilhas de Longo Percurso

Overland Travel: África, de Londres, UK a Dar-es-Salaam, Tanzânia, 1985-86

Um Safari pela África, de caminhão
Um relato parcial para ilustrar uma viagem por "trilhas" de longos percurso e duração.

O Sonho, Preparativos e Partida

africa bwana line of portersO cinema, em seus filmes sobre o continente africano, quase sempre transmitiu uma imagem distorcida do que seja um Safari – que em Swahili ou Kiswahili, significa Jornada, originalmente do árabe "safar" que significa uma jornada. O verbo para "viajar" em Swahili é kusafiri. Essas palavras são usadas para qualquer tipo de viagem, de ônibus, de ferry, etc. Safari entrou na língua inglesa no final da década de 1850 graças ao explorador Richard Francis Burton.

A palavra Kiswahili vem do árabe transliterado como sawāhil - é o plural da palavra "sāhel" significando "fronteira" ou "litoral", usada como adjetivo de "negociantes do litoral" A adição do prefixo ki o define como um idioma. Sahel também é o nome que se dá à região oriental do deserto do Saara, transição para Savana, as campinas africanas. 

Swahili tem como base a língua banto, com grande número de falantes. Uma fração significativa do vocabulário do Swahili é derivada do árabe através do contato com os habitantes muçulmanos de língua árabe da Swahili Coast. Algumas palavras em swahili são conhecidas, tais como simba = leão, Kilimanjaro = Montanha da Grandeza e Bwana = chefe ou mestre.

africa safari bwanas africansNas telas, os heróis, os grandes bwanas, trajando inconfundíveis conjuntos cáqui, armados de pesados rifles, à frente de uma ”centopéia” de carregadores, cruzavam florestas, savanas, pântanos, sob a ameaça de "feras terríveis", cruéis canibais, quando não desapareciam tragados por areias movediças.

Foi a partir do conceito de jornada, viagem, que decidi fazer um safari fotográfico, "armado" de câmera fotográfica e filmes (slides porque na época nem se sonhava com cameras e fotos digitais), tendo em mira não feras terríveis e selvagens cruéis, mas a caça, como troféus, de imagens, com a pretensão de desvendar um pouco da alma do continente africano.

Com esse espírito, já cansado de perambular pela Europa, com seu turismo sabor ”cartão-postal”, subi na carroceria de um caminhão fretado em Londres, para descer depois de seis meses de sangue, suor, lágrimas e poeira, muita poeira em Dar-es-Salaam, na Tanzânia.

Foram 20 mil quilômetros, de Londres a Dar-es-Salaam, na Tanzânia, cruzando dez paises africanos e três europeus.


Tudo começou em um pub...

africa london walkabout clubInteressado a viajar pela África, fui em informar sobre os overland tours no ”London Walk-About Club”, em Londres, que na gíria australiana, walk-about quer dizer ”dar um giro” e é o nome de um pub frequentado por australianos (ausies) e neozelandeses (kiwis).

Walkabout historicamente refere-se a um rito de passagem durante o qual homens  indígenas australianos passariam uma jornada durante a adolescência, tipicamente de 10 a 16 anos, e vivem na região selvagem por um período de seis meses para fazer a transição espiritual e tradicional para a masculinidade.

Desde que seu pedido não seja uma cerveja "bitter" e morna, no melhor estilo (argh!) dos ingleses, você será aceito na roda. Ausies e kiwis estão sempre circulando – walkabouting – a procura de aventuras, descolando e dando dicas de lugares agradáveis e baratos. Você, com certeza, os encontrará saboreando um the a la mente em Marrakesh ou comendo suvilaki em Creta.

Anexo ao Walk-About Club, funcionava uma agência, a Encounter Overland (1968-2001), que organizava overlands travels e apresentava slides shows e palestras sobre suas viagens. E foi aí que me decidi conhecer a África, de caminhão.

africa argelia tuareg silhuetaQuem, da minha geração (safra anos 50), não se imaginou cruzando o Saara em uma caravana, com silhuetas de tuaregs pinceladas no horizonte?

Ou não desejou visitar a Caverna da Caveira do Fantasma, Lotar e Capeto, guiado por pigmeus ?

0 preço da agência do Encounter Overland era alto. Foi através de um anuncio na revista Time Out, que contatei uma agência que organizava grupos de viagens a Long Haul Expeditions, seguindo a dica de Steve Hanman, um australiano que conheci no pub e que veio a ser um dois companheiros de viagem.

A partida ficou acertada para a primeira semana de novembro de 85. Arregacei as mangas e comecei os preparativos. Meu passaporte ficou com a agência para obter os vistos de entradas necessários. No preço da viagem estava incluído o arrendamento do caminhão, equipamento de camping e os salários do tour-líder/mecânico e do motorista/courrier.

Fizemos uma coleta entre os viajantes para a compra de um estoque de mantimentos para quatro semanas, que seria reposto durante a jornada, pagamento de ferry-boats, taxas, entradas de parques, lenha, água, etc.

Enquanto aguardava a partida, instalei-me no flat de uma amiga brasileira, próximo ao Hide Park, na Inverness Terrace, rua conhecida como ”Avenida Brasil”, pela quantidade de brasileiros que lá se instalam. Ali pode-se matar todos os tipos de saudades da Pindorama. Do guaraná à feijoada completa, "importados". O mês de espera passou voando.

Em 3 de novembro de 1985, uma manhã de primavera e céu azul, rara em Londres, mochila às costas, câmera e lentes a tiracolo, armado com 36 rolos Kodachrome, coração apertado, bombeando uma mistura de sangue e ansiedade, embarquei em Victoria Station, rumo a Ramsgate, onde nos reuniríamos, e de lá, no caminhão, atravessaríamos o Canal da Mancha para desvendar a África...

 

 

 

África, de Londres, UK a Dar-es-Salaam, Tanzânia, 1985-86

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Trlhas Off-road / Overland Travels

 

Trilhas

 

 

 

 

 

 

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TBC Comunidades Indígenas e Turismo

Diretrizes de Boas Práticas

Parceria

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Adaptação

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Princípios de Turismo Indígena Responsável 

Os seguintes princípios devem ser utilizados como base para o desenvolvimento de novos produtos e experiências de turismo.
Eles servem de base para as Diretrizes.

Participação plena e efetiva
Certifique-se de que as Comunidades Indígenas e os fornecedores participem de todas as discussões estratégicas e compartilhem a tomada de decisões com base nos ditames de suas leis e costumes tradicionais. As empresas de viagens devem manter as comunidades e fornecedores indígenas bem informados de todas as decisões comerciais relevantes.


Engajamento Equitativo
Certifique-se de que as Comunidades Indígenas são tratadas como parceiros comerciais iguais e compreendem claramente as implicações de todos os arranjos para garantir a participação equitativa. As próprias Comunidades Índígenas, em vez da empresa de viagens, devem determinar o nível de envolvimento nas atividades de turismo.

Consentimento informado
Informe as Comunidades Indígenas de quaisquer atividades que possam afetar seu bem-estar e garantir que sejam livres de exercer seu direito à autodeterminação.

mpe manual brush empresario indio fundo verdeValores empresariais
Respeite os valores, costumes e convenções tradicionais em todas as transações comerciais.

Compras locais
Dar prioridade aos fornecedores indígenas ao comprar e ofertar bens e serviços. Esses fornecedores devem ser tratados de forma justa e promovidos adequadamente.

Suporte da comunidade
Assegurar relações comerciais justas e equitativas com comunidades ou fornecedores indígenas. Fornecer oportunidades diretas de emprego e treinamento de habilidades para as comunidades indígenas locais.

Propriedade local
Assegurar os membros da Comunidade Indígena e obter benefícios diretos dos produtos e serviços turísticos.

Trabalho decente
Respeite os direitos trabalhistas, forneça ambientes de trabalho seguros e seguros para os funcionários e assegure o pagamento mínimo de um salário digno (geralmente superior ao salário mínimo e dos custos de vida locais) e oferece oportunidades para o avanço.

Leis e práticas costumeiras
Compreenda, respeite e aceite normas tradicionais, direitos de propriedade da terra e sistemas de gestão.

mpe brush pajeindio doente webConhecimento tradicional
Faça todo o esforço para garantir que o conhecimento tradicional e suas representações - incluindo obras de arte, artesanato, cerimônias, rituais, artes cênicas e todos os ativos intangíveis - sejam protegidos contra a exploração comercial.

Operadores turísticos
Só devem usar o conhecimento tradicional das comunidades indígenas com o consentimento total da comunidade.

Proteção do Patrimônio Cultural
Certifique-se de que terras, territórios, locais sagrados e recursos tradicionais sejam usados ​​com o pleno conhecimento e consentimento das comunidades e protegidos contra a exploração.

Monitoramento e Avaliação
As empresas de viagem devem garantir que um processo esteja no lugar para rastrear os impactos da relação comercial, a fim de minimizar possíveis resultados negativos e garantir resultados positivos. Além disso, assegure-se de que haja um processo para resolver possíveis queixas.

mpe brush indioturista webInteração Cultural
Promover interações respeitadoras entre visitantes e hospedeiros que promovam a compreensão transcultural e não perturbem as rotinas diárias.

Interpretação colaborativa
Certifique-se de que todas as narrativas e narrativas contadas sobre as Comunidades Indígenas são precisas, aprovadas e aprovadas pela própria comunidade indígena, com respeito e apreciação pelas línguas tradicionais.

Manejo da Herança Tradicional / Recursos Ambientais e Culturais
Trabalhe na conservação de recursos naturais e culturais e ajude as Comunidades Indígenas a administrar e proteger esses ativos, que constituem a base de seus negócios turísticos.

 

Diretrizes

GUIA 1
Dependendo da escala e da natureza do relacionamento comercial com a comunidade indígena, recomenda-se que as empresas de viagens conduzam uma pesquisa minuciosa sobre organização e governança comunitária, antes de envolver membros da comunidade ou fornecedores em relações comerciais. Uma compreensão abrangente dos vários aspectos da governança e organização tradicionais é útil em uma comunicação eficaz e culturalmente apropriada, e na realização de reuniões. As empresas de viagens devem se familiarizar com os seguintes aspectos dos protocolos comunitários e dos fatores baseados em locais.
> Comunicações tradicionais e processos de tomada de decisão.
> Autogoverno e tradições e liderança de governos indígenas.
> Legislação tradicional / costumeira que pode afetar as operações de turismo.
> Propriedade de recursos, incluindo terra ou territórios tradicionalmente reivindicados (quando possível determinar).
> Propriedade cultural e leis de propriedade intelectual (se existente)
> Costumes e valores tradicionais associados à realização de negócios.
> Questões históricas e sociais, como pobreza, acesso à educação, saúde, infra-estrutura e serviços e marginalização.
> O nível de compreensão e conhecimento, alfabetização, matemática e proficiência linguística da comunidade.
> Condições econômicas locais e salários.
AÇÕES CHAVE
Ao se envolver com comunidades indígenas novas para o turismo ou propor uma ampliação significativa de uma experiência existente:
> Definir o escopo da pesquisa com base na escala de novas relações comerciais. As empresas de viagem podem assegurar uma compreensão completa dos assuntos organizacionais e de governança listados acima através de discussões com a comunidade ou fornecedor indígena.
> Compartilhe informações com todos os funcionários envolvidos no processo de planejamento.
> Certifique-se de que os contratos de fornecedores refletem os resultados das discussões de due diligence.
Para relacionamentos comerciais existentes ou iniciativas em pequena escala:
> Compartilhe informações com todos os funcionários envolvidos no processo de planejamento.
> Se o relacionamento comercial está em expansão, determine o escopo da pesquisa com base na escala da relação comercial em constante evolução.
> Certifique-se de que o contrato do fornecedor reflete os achados.

 

 

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Turismo de Base Comunitária

Tecendo Redes de Turismo Solidário
Fonte:
publicação Turismo de Base Comunitária, Diversidade de Olhares e Experiências Brasileiras, IVT, 2009


Instituição Idealizadora: Rio Arte Popular
Consultora: Silvia de Arruda Perrone rioartepopular@hotmail.com

 

Objetivos

Os objetivos do projeto são:

  • gerar renda para os participantes;

  • divulgar o trabalho dos artistas plásticos da região;

  • estimular a produção artesanal socialmente sustentável em comunidades de baixa renda com alta visitação turística, comercializando camisetas e bolsas artesanais.


Morro do Cantagalo

mapa cantagalo pavao pavaozinhoO Morro do Cantagalo é uma área de favela nas proximidades de bairros como Ipanema, Arpoador e Copacabana. Além das praias, próximos ao projeto encontram-se também a Lagoa Rodrigo de Freitas.

Para o Rio de Janeiro, o acesso rodoviário partindo do Espírito Santo é realizado pela Rodovia BR-101, num trajeto de 512 km, que pode ser percorrido em aproximadamente seis horas.

De Belo Horizonte, o acesso é feito pela BR-040 e leva cerca de cinco horas, numa distância de 453 km entre as capitais.

De São Paulo, há duas opções: a BR-116 (acesso mais rápido e curto, com 441 km, percorridos em cerca de cinco horas); e a BR-101 (com deslocamento de cerca de oito horas, num percurso de 608 km, pelo litoral que une as duas capitais). A cidade possui dois aeroportos, o Aeroporto Santos Dumont e o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão – Antonio Carlos Jobim, um dos principais portões de entradas do Brasil, localizado a cerca de 35km do local do projeto.


Justificativa

Desde 1999, os morros do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho vêm realizando atividades de turismo na comunidade a partir de uma visão alternativa, que promove o protagonismo dos atores locais. Esse tipo de turismo tem como objetivo mostrar que dentro da favela, onde vive grande parte da população carioca, existe cultura genuína, cultura de raiz, tradição, cooperativismo popular, criatividade e solidariedade.


Arte Naif

A palavra "naif" é um termo francês que significa ingênuo ou inocente; portanto, a “Arte Naif” é todo produto artístico de natureza pueril que demonstra uma criatividade autêntica baseada na simplificação de elementos decorativos a níveis brutos, espontâneos, puros, coloridos e calorosos.

O projeto surgiu da necessidade de fortalecer a Rede de Turismo Receptivo de Base Comunitária e Solidária do Cantagalo, Pavão, Pavãozinho, estimulando o protagonismo dos jovens da comunidade. Uma das metas é possibilitar que 65 jovens se desenvolvam na arte da pintura Naif, já desenvolvida por artistas da comunidade, e na arte da serigrafia.