Centro de Pesquisas Samaúma, Amazônia
Proposta (2015)
Concepção, Projeto: Roberto M.F. Mourão, ALBATROZ Planejamento
Arquitetura: Vigliecca & Associados
Mudanças Climáticas
"Um clima mais quente e mais variável ameaça provocar a elevação da concentração de alguns poluentes no ar, o aumento da transmissão de doenças por água impura e por alimentos contaminados, o comprometimento da produção agrícola em alguns dos países menos desenvolvidos e o aumento dos perigos típicos dos climas extremos".
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Mudanças Climáticas e Saúde
Sabendo que um aumento nos eventos climáticos extremos, como inundações e secas, terá efeito devastador sobre a saúde, especialmente em pessoas que moram em comunidades mais sensíveis, fez-se necessária sua menção e sugerir a inclusão do tema “Mudanças Climáticas” no futuro programa do Centro de Pesquisas, uma vez analisada sua viabilidade e se for tomada a decisão por sua implementação.
As mudanças climáticas afetarão todos que habitam o planeta e a Organização Mundial da Saúde (OMS) assegura que os efeitos serão mais trágicos para alguns que para os outros, afirmando que:
“Os efeitos sobre a saúde serão desproporcionadamente maiores nas populações vulneráveis".
A OMS prevê que as mudanças de temperatura promoverão a propagação de doenças infecciosas. Muitas das doenças que mais causam mortes são extremamente sensíveis às variações do clima como temperatura e precipitações, incluindo cólera e doenças diarreicas, assim como doenças transmitidas por vetores como malária, dengue e outras infecções.
O setor saúde também pode ser parte fundamental do combate aos efeitos da mudança climática global mediante a implementação de medidas para limitar a significativa pegada de carbono que produz. Uma das implicações mais inquietantes da mudança climática é seu impacto potencialmente devastador sobre a saúde humana. As mudanças climáticas já estão afetando nossas vidas e os lugares onde vivemos, e terão impacto sobre as gerações futuras.
O trabalho junto a comunidades vulneráveis, sujeitas aos impactos das mudanças climáticas visará o fortalecimento de sua capacidade de adaptação, por meio da proteção de sistemas naturais que forneçam benefícios-chave dos quais essas pessoas dependem.
Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD)
O Programa REDD (do inglês, Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation) é um conjunto de incentivos econômicos, com o fim de reduzir as emissões de gases de efeito estufa resultantes do desmatamento e da degradação florestal - mudanças que prejudicam a floresta e limitam seus serviços ambientais.
O conceito parte da ideia de incluir na contabilidade das emissões de gases de efeito estufa aquelas que são evitadas pela redução do desmatamento e a degradação florestal.
A preservação das florestas, além da redução nas emissões de gases do efeito estufa, tem o potencial de gerar outros benefícios substanciais, como impactos positivos sobre a biodiversidade e sobre a conservação de recursos hídricos. A "floresta em pé" também influencia a estabilização do regime de chuvas e, por consequência, o clima.
O conceito de REDD foi ampliado e é conhecido como REDD+: em que o sinal "+" inclui o papel da conservação, do manejo sustentável e do aumento de estoques de carbono nas florestas, indo além do desmatamento evitado e recuperação de florestas.
Se refere à construção de um mecanismo, ou uma política, que deverá contemplar formas de prover incentivos positivos aos países em desenvolvimento que tomarem Ações para a Mitigação das Mudanças Climáticas:
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Redução das Emissões derivadas de desmatamento e degradação das florestas
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Aumento das Reservas Florestais de carbono
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Gestão Sustentável das florestas
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Conservação florestal.
A principal (e mais controversa) estratégia oferece incentivos (compensações) para os países em desenvolvimento que reduzirem emissões de gases que provocam o efeito estufa provenientes de florestas e investirem em desenvolvimento sustentável e práticas de baixo carbono para o uso da terra. O financiamento virá de países desenvolvidos, dentro da lógica de responsabilidades diferenciadas que rege a Convenção do Clima.
A COP é a maior Conferência do Clima da história em número de países presentes. As 195 nações que assinaram o acordo se comprometem em tomar medidas para conter as mudanças climáticas. Ao fim, os países mantiveram o objetivo de conter o aumento da média de temperatura em 2°C até o fim do século, mas se comprometeram em se esforçar para que o aumento não passe de 1,5°C.
A nosso ver, o Samaúma Centro de Pesquisas precisará articular diversos setores – governos, empresas, organizações não governamentais, comunidades – em busca de respostas e recursos para apoiar o enfrentamento dos desafios causados por um clima em transformação.
A primeira Conferência das Partes (COP-1) ocorreu em 1995, em Berlim, e nela foi firmado o Mandato de Berlim, no qual os países participantes assumiram maiores compromissos com a estabilização da concentração de gases do efeito estufa (GEE) na atmosfera, por meio de políticas e medidas ou de metas quantitativas de redução de emissões.
Em 1997, em Kioto, foi aprovado o Protocolo de Kioto, que obedeceu às diretrizes do Mandato de Berlim e deu maior ênfase às metas quantitativas como forma de minimizar os custos de mitigação em cada país. Com este objetivo também foram estabelecidos mecanismos como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que viabiliza tanto a diminuição de emissões quanto a transferência de recursos dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento.
A COP busca por um consenso sobre qual será o rumo que a Convenção de clima irá tomar e buscarão assinar um novo acordo global, que possa substituir o esvaziado e combalido Protocolo de Kyoto, único instrumento legal da Convenção.
Samaúma Centro de Pesquisa, Amazônia
Roberto M.F. Mourão / ALBATROZ Planejamento
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