CATEGORIA TURISMO

Acordo de Mohonk - 2000

mohonk houseEm 2000, um evento internacional realizado no período de 17 a 19 de novembro, em New Paltz, Estados Unidos na Mohonk Mountain House, convocado pelo Institute for Policy Studies e promovido pela Fundação Ford, reuniu participantes de 20 países, representando a maioria dos principais programas de certificação em turismo sustentável e ecoturismo a nível global, regional e nacional.

No evento foram discutidos e nivelados os princípios e componentes que devem fazer parte de todo programa sólido de certificação. Os participantes reconheceram que os programas de certificação de turismo necessitam ser ajustados às características geográficas locais e aos respectivos segmentos turísticos, definindo os componentes universais que devem ser lastrear todo programa de Turismo Sustentável e de Ecoturismo.

Importante: Todo processo de certificação em ecoturismo deve levar em conta os padrões e princípios de turismo sustentável, preferencialmente para as boas práticas, além dos princípios.

Boas Práticas

"Melhores Práticas são formas ideais para executar um processo ou operação. São os meios pelos quais organizações e empresas líderes alcançam alto desempenho e também servem como metas para organizações que almejam atingir níveis de excelência."

"Boas Práticas são aquelas que, visando atingir as Melhores Práticas, estabelecem os requisitos mínimos para a certificação."

Por exemplo, atender a legislação vigente e aplicável à sua atividade foco, ou seja, uma operadora de turismo deve estar cadastrada no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ. Ou uma pousada, em ambiente natural ou rural, deve ter licença ambiental.

Não existe um único processo de “melhores práticas” e não há nenhum conjunto de "melhores práticas" que funcione para todos os lugares o tempo todo. No caso do Turismo, cada processo de desenvolvimento turístico é diferente de outro sob o ponto de vista:

  • ambiental
  • cultural
  • econômico
  • geográfico
  • legal
  • político
  • social
  • tecnológico

Deve-se considerar que empresas ou organizações têm suas próprias metas, oportunidades e restrições. Além disso, "Melhores Práticas" dependem da fase de desenvolvimento em que cada organização se encontra e essas práticas mudam à medida que a organização avança na busca da qualidade e excelência.


Turismo Sustentável

"Turismo Sustentável é aquele que busca minimizar os impactos ambientais e sócio-culturais, ao mesmo tempo que promove benefícios econômicos para as comunidades locais e destinos (regiões e países)."


Princípios do Turismo Sustentável

Todo processo de certificação em turismo sustentável deve levar em conta, onde apropriado, os seguintes aspectos e princípios que a empresa turística deverá observar.

Aspectos Gerais (Operacionais)

  • estar comprometida com o manejo ambiental
  • promover a promoção e venda de produtos responsáveis e autênticos que atendam a expectativas realistas
  • promover a retro alimentação de sua clientela
  • saber avaliar eventuais impactos negativos sociais, culturais, ambientais e econômicos, inclusive estabelecendo estratégias para manejo e mitigação
  • seus funcionários deverão estar capacitados, educados, responsáveis e ter conhecimento e consciência sobre manejos ambiental, social e cultural
  • ter mecanismos para monitorar e relatar seu desempenho ambiental

Aspectos Ambientais

  • controlar a emissão de ruídos e gases
  • estar adequadamente implantada com relação ao ambiente natural
  • evitar danos ao local ao implementar o paisagismo
  • promover a recuperação do ambiente natural relativamente à situação original
  • evitar impactos visuais e luminosos
  • fazer uso sustentável de materiais e insumos - recicláveis e reciclados - produzidos localmente
  • minimizar a produção de dejetos e assegurar sua adequada disposição
  • minimizar os impactos ambientais de sua operação
  • promover a conservação da biodiversidade e a integridade dos ecossistemas
  • promover a redução e o uso sustentável de água
  • promover a redução e o uso sustentável de energia
  • promover o adequado tratamento e disposição de águas residuais
  • promover o manejo adequado da drenagem, solo e águas pluviais

Aspectos Sócio-culturais

  • adquirir, utilizar e manter a posse de terras de forma apropriada
  • possuir mecanismos para assegurar o reconhecimento dos direitos e aspirações de comunidades indígenas e locais\
  • possuir medidas para proteger a integridade da estrutura social das comunidades locais
  • promover impactos positivos (benefícios) na estrutura social, cultural e econômica local (a níveis local e nacional)

Aspectos Econômicos

  • estabelecer mecanismos de forma a assegurar que as relações trabalhistas e as práticas industriais sejam justas e estejam em conformidade com a legislação
  • estabelecer mecanismos para minimizar impactos econômicos negativos e maximizar benefícios econômicos para a comunidade
  • fomentar contribuições para a manutenção do desenvolvimento da infra-estrutura comunitária
  • utilizar-se de práticas éticas comerciais


Ecoturismo

"O Ecoturismo é Turismo Sustentável em áreas naturais, que beneficia o meio ambiente e as comunidades visitadas e que promove o aprendizado, respeito e consciência sobre aspectos ambientais e culturais."


Princípios do Ecoturismo

Além dos critérios e princípios do Turismo Sustentável, o Ecoturismo deverá:

  • promover as experiências pessoais com a natureza para um melhor aprendizado e respeito
  • interpretar e conscientizar sobre os aspectos naturais e sócio-culturais locais
  • contribuir ativamente para a conservação de áreas naturais e da biodiversidade
  • promover benefícios econômicos, sociais e culturais para as comunidades locais
  • promover a participação das comunidades no turismo onde for apropriado
    (por exemplo criando postos de trabalho e oportunidade de negócios)
  • fazer com que a infra-estrutura, atrativos e programas sejam harmônicos e compatíveis com o entorno local
  • valorizar as culturas locais e tradicionais, minimizando eventuais impactos negativos

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O conceito de Turismo de Aventura, vem sendo discutido desde o início dos anos 80, muitas vezes sobrepondo ou sendo confundido com Turismo Esportivo. Mas, a nosso ver, essa confusão se defaz desde que se considerar as atividades e práticas, praticamente as mesmas, sejam realizadas por esportistas ou por turistas (com pagamento a agências ou operadoras especializadas). 
 
O Ministério do Turismo, adotou como definição:
 
   “Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não-competitivo.
 
Onde os movimentos turísticos são entendidos como “os deslocamentos e estadas que pressupõem a efetivação de atividades consideradas turísticas” e as “práticas de aventura de caráter recreativo e não competitivo” pressupõem “determinado esforço e riscos controláveis, e que podem variar de intensidade conforme a exigência de cada atividade e a capacidade física e psicológica do turista”.
 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), engajada no processo de normalização do turismo de aventura no Brasil, também elaborou um conceito:

  Atividades oferecidas comercialmente, usualmente adaptadas das atividades de Turismo de Aventura, que tenham ao mesmo tempo o caráter recreativo e envolvam riscos avaliados, controlados e assumidos.”. 
 
Desta forma, como mencionamos iniciaalmente, fica evidenciado que o turista de aventura deve ser um comprador de atividades comercialmente oferecidas, ou seja, os turistas totalmente autônomos não compõem o universo de pesquisa deste trabalho.
 

Espaço Turístico do Turismo de Aventura

A prática de atividades de aventura de carácter recreativo podendo ocorrer em qualquer espaço: 

  • natural (outdoors)
  • construído ou edificado (indoors)
  • rural
  • urbano 
  • área protegida ...
 
Atividades relacionadas
  • Arvorismo
  • Balonismo
  • Bóia Cross
  • Caminhadas
  • Cavalgadas
  • Canoagem
  • Espeleoturismo
  • Mergulho livre (apnéia, snorkeling)
  • Mergulho autonomo (scuba diving)
  • Rafting
  • Rapel
  • Mountain Bike
  • Trekking
  • Surfe (surf) ....
 
 
 
 
 
 
 
DRAFT
 
Primeiramente entendido como uma atividade ou subproduto do Ecoturismo, o segmento de turismo de aventura, atualmente, possui características e consistência de mercado próprias e, consequentemente, uma nova oportunidade de ofertas e possibilidades devido ao crescimento que vem adquirindo.
 
Vários empreendimentos foram constituídos no país,[necessário esclarecer] oferecendo produtos e serviços especializados aos turistas, impulsionados pelas transformações no comportamento do consumidor em direção a estilos de vida mais saudáveis e também a uma sensibilidade aos assuntos ligados à preservação da cultura e da natureza, que se refletem na escolha das atividades de lazer e, assim, na definição dos destinos turísticos.
 
Estima-se que o crescimento do turismo de aventura a partir de 1998 tenha sido de 20% ao ano, de acordo com dados da Organização Mundial do Turismo (OMT) e da Sociedade Internacional de Ecoturismo (TIES). Somente o mercado doméstico de viagens de aventura dos Estados Unidos é estimado em US$ 25 bilhões, como base nos resultados das taxas de participação e gastos médios por viagem.
 
Os impactos econômicos desse segmento não se limitam aos destinos turísticos. Diversos envolvidos, que de modo geral não estão sediados nos núcleos receptores, são diretamente impulsionados: fornecedores de equipamentos, seguradoras, outros produtos e atividades associadas. Diante disso e considerando as especificidades desse segmento, principalmente quanto ao quesito segurança, verificou-se a necessidade de delimitar a sua abrangência em relação a outros tipos de turismo, tanto para basear a formulação e execução de políticas públicas como também subsidiar os interessados quanto as características e questões legais que podem implicar nas relações de mercado.
 
O conceito estabelecido de turismo de aventura fundamenta-se em aspectos que se referem à atividade turística e ao território em relação à motivação do turista, que pressupõem o respeito nas relações institucionais, de mercado, entre os praticantes e com o ambiente. Nesse contexto, define-se que "Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo".
 
Atividades de aventura
A palavra aventura — do latim adventūrus ("o que advirá"), particípio futuro de advenīre ("advir") — remete a algo diferente, ao desafio, a certo risco capaz de proporcionar a sensação de prazer, liberdade e superação pessoal, que varia de acordo com a expectativa de cada pessoa e do nível de dificuldade de cada atividade.
 
Para tais fins, consideram-se atividades de aventura aquelas cujo prêmio é a superação de limites pessoais, caracterizadas como atividades de recreação e não de competição (as atividades denominadas esportivas, sejam de aventura ou não, quando entendidas como competições são definidas como modalidades esportivas e tratadas no âmbito do segmento denominado "turismo de esportes").
 
As atividades de aventura aqui abordadas como o atrativo principal que identifica o segmento de turismo de aventura podem ocorrer em qualquer espaço: natural, construído, rural, urbano, estabelecidos como área protegida ou não. Também podem ser abordadas sob diferentes enfoques:
 
como de responsabilidade individual do turista quando ocorre sem a interferência dos prestadores de serviços turísticos no que se refere especificamente à prática da atividade de aventura.
como de responsabilidade solidária quando conduzida, organizada, intermediada via prestadores de serviços de operação de agências de turismo que depende de orientação de profissionais qualificados para a função e de equipamentos e técnicas que proporcionem, além da prática adequada, a segurança dos profissionais e dos turistas.
Assim, as atividades de aventura pressupõem determinado esforço e riscos até certo ponto controláveis, e que podem variar de intensidade conforme a exigência de cada atividade e a capacidade física e psicológica do praticante. Isso requer que o turismo de aventura seja tratado de modo particular, especialmente quanto aos aspectos relacionados à segurança. Devem ser trabalhadas, portanto, diretrizes, estratégias, normas, regulamentos, processos de certificação e outros instrumentos e marcos específicos.
 
O segmento de turismo de aventura deve contemplar, em sua prática, comportamentos e atitudes que possam evitar e minimizar possíveis impactos negativos ao ambiente, ressaltando o respeito e a valorização das comunidades receptoras. Entende-se por ambiente — natural e construído — o conjunto de inter-relações sociais, econômicas, culturais e com a natureza de determinado território.

 

 
 

 

O conceito de Turismo Rural abrange um número de elementos constitutivos, no centro dos quais encontram-se a Comunidade do Turismo Rural.

O Turismo Rural é dependente do meio rural, que tem a oferecer: a cultura, o patrimônio, as atividades rurais e vida rural.