Arquitetura
Os projetos de condomínios sustentáveis deve considerar uma abordagem sistêmica, contemplando todos os aspectos envolvidos ao longo de seu ciclo de vida, desde a concepção do projeto, implantação e operação, mostrando-se viável perante a visão contemporânea de sustentabilidade.
No Brasil, ainda não há normas para avaliação e certificação de produtos sustentáveis ou ambientalmente corretos, com exceção da madeira certificada. Mas, aos poucos, algumas práticas na linha da sustentabilidade começam a surgir como diferenciais em empreendimentos imobiliários.
Em caso de empreendimentos multifamiliares, como prédios e condomínios de casas, além do aproveitamento da luminosidade e ventilação naturais, abundantes no país, principalmente no Nordeste, é possível contar com esses recursos - sol e vento - para a produção de energia visando economia para o condomínio e mitigação ou menor impacto ambiental.
Devem ser empregadas análises e simulações de insolação e ventilação natural, acessibilidade, especificação de tecnologias e materiais de baixo impacto ambiental.
Movimentos de Terra
Terraplenagem ou terraplanagem é uma técnica construtiva que visa aplainar e aterrar um terreno.
"Terrapleno", literalmente, significa "terra cheia, cheio de terra". Geralmente esta movimentação de solo tem o objetivo de atender a um projeto topográfico, como barragens, edifícios, aeroportos, açudes, entre outros projetos.
Apesar de ser uma ação necessária em toda obra da construção civil, o setor de terraplenagem ainda encontra como obstáculo a falta de costume dos profissionais em realizar investigações para elaborar projeto geotécnico com qualidade, seguindo as normas brasileiras.
Os engenheiros civis geotécnicos não conseguem fazer o trabalho de acordo com a boa prática, pois ainda temos uma cultura muito atrasada que se vale do menor preço, acarretando sérios problemas ambientais e custos futuros em reparos para o próprio empreendedor ou proprietário.
Sempre que possível, deve-se evitar grandes movimentos de terra, preservando sempre que possível a conformação original do terreno. Um bom planejamento evita a terraplenagem excessiva.
Orientação de Edificações
Há poucas coisas tão determinantes para o conforto térmico proporcionado por um edifício, ou para os seus gastos de eletricidade e gás do que a sua orientação solar e a sua configuração.
Naturalmente, a orientação solar e a configuração das edificações depende bastante do clima.
Num clima frio ou moderado, os edifícios devem estar orientados de modo a beneficiarem de ganhos de calor durante o inverno e a estarem o mais possível protegidos dos ventos frios.
Ao contrário, em climas quentes, o objetivo da orientação dos edifícios deve ser o da sua proteção solar e o da ventilação natural através de brisas. No caso dos climas quentes brasileiros, a fachada principal e as principais divisões devem estar viradas a Sul, e beneficiarem de adequado sombreamento (ou brisas).
Em climas como o brasileiro é essencial a proteção das fachadas Este e Oeste; a incidência do sol ao longo da manhã na fachada Este e, sobretudo, a sua incidência a Oeste (durante a tarde) são uma fonte poderosa e indesejada de calor, que deve ser minimizada. As janelas nessas partes da casa devem ser pequenas (ou mesmo eliminadas), com vidro adequadamente escolhido (com um muito baixo Coeficiente de Ganhos Solares). Além disso essas janelas devem estar protegidas por alpendres suficientemente fundos, ou por outro tipo de proteção.
Naturalmente, em parte, os objetivos em termos de orientação e configuração de edificações depende também da topografia e particularidades do sítio de construção do edifício. Questões como a inclinação dos terrenos ou corredores de ventos e brisas devem também ser tidos em conta.
Telhado Verde
Telhado Verde ou Ecológico é uma técnica de arquitetura que consiste na aplicação e uso de solo ou substrato e vegetação sobre uma camada impermeável, instalada na cobertura de residências, fábricas, escritórios e outras edificações.
Cobertura verde, também conhecida como telhado verde e teto verde, consiste num sistema artificial de construção de coberturas de edifícios, habitações ou mesmo estruturas de apoio, sobre as quais são aplicados diversos tipos de materiais, nomeadamente vegetação, que permitem o correcto funcionamento do mesmo e tirar partido das suas enormes vantagens ao nível arquitectónico, estético e ambiental.
Suas principais vantagens são facilitar a drenagem, fornecer isolamento acústico e térmico, produzir um diferencial estético e ambiental na edificação, e compensar parcialmente a área impermeável que foi ocupada no térreo da edificação.
Impermeabilizados e adequadamente drenados possibilitando captação de água de chuva e melhoria do conforto térmico-acústico.
A confecção de telhados verdes obedece princípios de projetos tecnológicos consistindo de várias camadas de materiais que devem compor a cobertura de forma harmoniosa.
Uma analogia com a montagem de uma lasanha antes de ir ao forno é útil, pois a confecção de uma lasanha baseia-se na construção de várias camadas de alimentos que obedecem uma certa lógica para fornecer um prato saboroso.
De modo equivalente, a confecção de um telhado vivo é baseada na montagem de camadas de materiais impermeabilizantes, substratos, bloqueadores de raízes entre outros materiais que devem satisfazer os objetivos de projeto.
Uma função importante de telhados verdes é a capacidade de absorver a água da chuva que cai sobre ele, atrasando o escoamento para o sistema de drenagem. Esta inércia ao escoamento da água da chuva faz com que o telhado verde seja uma opção atraente em regiões urbanas, pois se usado em grande escala pode reduzir a probabilidade de enchentes.
Telhas Termoacústicas
As telhas metálicas termoacústicas, também conhecidas como telhas duplas ou painel sanduíche, são produtos que possuem a capacidade não só de cobertura dos empreendimentos, como também de redução da passagem de calor e ruído para o ambiente interno. Basicamente, elas são formadas por materiais isolantes que dão um melhor conforto térmico e acústico, como o poliuretano, o poliestireno, as lãs de vidro ou de rocha, e que são colocados entre duas telhas metálicas feitas, na maioria dos casos, de aço ou alumínio.
As telhas metálicas termoacústicas se diferenciam de acordo com o tipo de isolante empregado, como o poliestireno ou a lã de vidro, as espessuras desse material, que geram diferentes classes de conforto seja térmico ou acústico, e a própria chapa metálica usada no sistema, como as de aço ou de alumínio.
As telhas com isolamento em poliuretano e poliestireno, normalmente, já saem da fábrica como um painel composto, pronto e acabado para uso do cliente. Já os sistemas com lãs de rocha ou de vidro são vendidos desmontados.
Em relação ao formato, os produtos que possuem perfis ondulados ou trapezoidais são recomendados para coberturas em forma de arco ou que exigem sobrecargas concentradas. Já para cobertura de forma curva aconselha-se usar telha metálica ondulada com lã de vidro.
Cores Claras
Muitas pessoas não sabem que a escolha das cores podem influenciar muito na sustentabilidade da casa.
No exterior do edifício a cor da fachada pode influenciar no seu grau de conforto térmico. Em países quentes como o Brasil, as cores claras, principalmente o branco são muito indicadas pois refletem os raios solares minimizando ganhos de calor para o interior, além de amenizar o microclima urbano. Para cálculo de desempenho térmico de paredes e coberturas, sempre é considerada a cor da superfície, as cores claras possuem menor absortividade às radiações:
A cor branca nas fachada está em alta hoje e refletem modernidade para as fachadas.
No interior as cores podem trazer várias sensações, trazendo conforto visual, sensitivo e lumínico.
Tons de azul
São calmantes, frescos (indicados para locais quentes) bom para quartos e locais em que se espera tranquilidade e repouso. Nos tons mais fortes, estimula a comunicação. Para pessoas depressivas indica-se tons mais aproximados do azul hortência.
Tons de verde
Conhecido no Feng Shui como a cor da cura. É tom neutro indicado para todos os ambientes da casa, dá a sensação de maior contato com a natureza por isso geralmente é benéfico. Verde com outras cores naturais, tais como beje, palha e marrom, dão sensação de aconchego.
Tons de vermelho
É estimulante e indicado para lugares para atração de público, é estimulante e não deve ser utilizado em excesso nem em ambientes pequenos, pois o vermelho aproxima a parede dos olhos.
Tons de amarelo
Muito na moda hoje, é cor estimulante indicada para escritórios e locais de refeições. Nos escritórios estimulam a criatividade e atividades em geral. Tons de amarelo abertos sã muito estimulantes e devem ser usados nos detalhes, cores de amarelo quente dão aconchego em ambientes frios, tons de amarelo “baunilha” fazem os espaços parecerem maiores. Os alaranjados estimulam o apetite e trazem alegria e disposição.
Branco
Cor que melhora a iluminação em ambientes escuros, mas não é indicado para ambientes claros e frios. Muito indicado para ambientes confinados e pequenos, em paredes e tetos. Já existe no mercado uma tinta da Coral que reflete mais a luz no interior dos espaços.
Cinza
Também muito utilizado, para diminuir a frieza da cor, prefira os levemente bege, em tons de concreto.
Todas as cores escuras aproximam a parede do olhar, portanto diminuem os ambientes. Já as cores claras podem ser utilizadas em todas as paredes.
Forros de Madeira de Reflorestamento
Substituição de forros de gesso por madeira de reflorestamento, cujos resíduos geram gás sulfídrico, altamente tóxico, substituir por forros de madeira de reflorestamento.
As madeiras de reflorestamento são obtidas de florestas plantadas, ou seja, de árvores que foram feitas já com a finalidade de serem extraídas, e novas árvores são plantadas no mesmo local de onde elas foram tiradas.
A vantagem então do uso de madeiras de reflorestamento na construção civil ou na fabricação de móveis é que não existe devastamento de mata nativa. O processo de extração de madeiras nativas, ao contrário do replantio, extrai árvores surgidas naturalmente e deixa o local vazio em seguida.
O Brasil é considerado um bom país para o cultivo e extração de madeira reflorestada, especialmente de eucalipto, pois as condições climáticas favorecem o rápido crescimento das árvores. Aqui elas podem ser aproveitadas quando têm cerca de 7 anos, enquanto na Europa, por exemplo, podem precisar de aproximadamente 30 anos.
Outro apelo ecológico do uso de madeira de reflorestamento na construção é que o gasto de energia para adquirir o material é imensamente menor do que o de materiais como aço, concreto ou alumínio. E depois de pronta, a construção com madeira tende a ter um bom desempenho térmico e acústico.
As mais comuns no Brasil para esse tipo de finalidade são:
Eucalipto
É a árvore de reflorestamento o mais plantada no Brasil, devido à sua velocidade de crescimento, e pode ser do tipo “grandis”, mais claro e mais comum, ou do tipo “citriodora”, mais escuro, pesado e resistente. Muito usada como estrutura nas construções, gerando visual rústico e robusto.
Pinus Elioti
A primeira árvore a ser utilizada para replantio no Brasil, que fornece madeira de aspecto amarelado e com muitos nós, que são aquelas marcas arredondadas e escuras presentes de maneira irregular em casa peça.
Araucária
Bem utilizada na indústria moveleira por sua tonalidade e por ser fácil de se trabalhar, embora tenha crescimento mais lento.
Teca
Madeira também comum em móveis, pois tem boa aparência, é resistente e tem boa usinagem. É no entanto mais cara, por isso costuma ser mais utilizada para exportação ou móveis de alto padrão.
Também há coberturas em madeira plantada - nas fotos varanda com taubilhas de pinho e pilares de eucalipto roliço.
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