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II Seminário Nacional de Turismo Ecológico

28-30 de abril de 1993, Ilhéus, Bahia 

 

Esse evento data do início do Ecoturismo ou Turismo Ecológico no Brasil. Na época o termo ecoturismo ainda não era bem conhecido e o marco legal do ecoturismo só viria a ser implementado com a publicação das Diretrizes da Política Nacional de Ecoturismo, em agosto de 1994, em Goiás Velho, Goiás. 

Destaca-se a importância do tema pela qualidade dos palestrantes, muitos dos quais viriam a ser atores do processo de implementação do ecoturismo, que permanece até os dias de hoje.

Notar que, pela imagem do folder, a divulgação 'resvala' no politicamente incorreto ao sugerir o convite com uma garota sensual sobre o burrinho.

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Assuntos Relacionados

 

 

 

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Maho Bay Camps está fechado desde 2011, mas vale a pena discutir como foi um dos primeiros ecolodges do mundo.

mahobay stanley selengutStanley Selengut, fundador e proprietário do Maho Bay Camps construiu as primeiras barracas em 1976 e tornou-se um pioneiro no uso e na demonstração de técnicas sustentáveis ​​de gestão de energia, água e resíduos, programas educacionais e de treinamento de hóspedes.

A administração do camping sempre procurou preservar, proteger e até mesmo melhorar o frágil ecossistema das Ilhas Virgens.

Alguns exemplos de sistemas eficazes de proteção e conservação incluíram:

  • Passarelas e acessos elevados para evitar a erosão do solo e proteger a praia e os corais frágeis. As passarelas ajudam a proteger o ecossistema, esconder cabos de energia, além agregar um elemento de singularidade para a área.
  • A vegetação ao longo dos calçadões foram rotuladas adicionando um elemento educativo.
  • Os métodos de construção minimizaram a remoção da vegetação e usaram materiais de construção reciclados, como "madeira plástica", telhas de vidro recicladas e tapetes de pneus de borracha. A madeira plástica não só é reciclada, mas é também excelente para a aderência quando anda na chuva.
  • O uso de temporizadores e sensores solares maximizou a eficiência, gerando grande parte da eletricidade. Foram utilizados projeto solar fotovoltáico passivo e coleta de água de chuva com circulação no telhado para refrigeração.
  • Na cozinha, os hóspedes, convidados a limpar suas próprias mesas e classificar sua reciclagem em conformidade auxilia na sustentabilidade.
  • As unidades de Concordia, na extremidade da ilha, recolhem água da chuva e eram quase inteiramente auto-suficientes nos principais usos de água.
  • As unidades da Concordia também ofereciam banheiros de compostagem baixa, chuveiros eficientes e iluminação solar. As unidades da energia solar são indicadas em painéis na barraca para que os hóspedes monitorem seu consumo de energia.
  • Sempre se realizou seminários educativos sobre conservação de energia e resíduos, bem como oferece programas de saúde e bem-estar.
  • Reciclagem foi uma ferramenta de marketing para relações públicas, bem como um programa de rentabilidade da clientela.
  • Em 1997, iniciou o projeto "Trash to Treasures", um programa abrangente de reciclagem foi instalado com trituradores de vidro, fornos, fornos de recozimento, trituradores de papelão e ferramentas para converter resíduos em produtos comercializáveis. O projeto comercializou objetos de arte feitos de vidro reciclado do restaurante.
  • Maho Bay empregou boas práticas ambientais ao local para promover conceitos de turismo sustentável.


Stanley Selengut e Equipe de Maho Bay Camps

mahobay stanley team 

 

Atualização da Arquitetura das "Eco-tents" ("eco-barracas")

As Práticas de Arquitetura e Design Sustentáveis

A atualização das 'eco-tents" foi feita pelo arquiteto Julian Chu Snider, em 2012, a partir das barracas originais. O design das novas barracas resultou de dois meses de estadia em St. John National Park, aprendendo sobre a construção e sustentabilidade dentro de um contexto tropical.

Esta prática foi de peças iguais de design e construção, apoiado pela equipe de manutenção do acampamento e formando um comitê de design para atualizar as barracas ecológicas originais dos anos 70. Além disso, Julian projetou os alojamentos da equipe permanente e um quarto que pode ser adicionado às barracas existentes.

Construido em um parque nacional, em clima tropical, com animais selvagens resultou em alguns parâmetros muito interessantes no projeto. Problemas de esgotamento de água da chuva, aproveitamento de fluxos de ar e sombreamento estratégico foram considerações importantes na concepção de tendas que teria mínimo ou nenhum impacto sobre o parque circundante. Além disso, o uso cuidadoso e eficiente de materiais e tempo de construção manteve as tendas dentro de um orçamento realista.

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Oficina de Vidro Soprado Reciclado
Eduçação Ambiental e Comercialização

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Rio Negro

O Rio Negro é o maior afluente da margem esquerda do Rio Amazonas, na Amazônia, na América do Sul, banhando três países da América do Sul: Colombia (onde tem suas nascentes), Venezuela e Brasil e percorre cerca de 1.700km.

É o mais extenso rio de águas negras do mundo, e o segundo maior em volume de água — atrás somente do Amazonas, o qual ajuda a formar.

Depois da junção com o Cassiquiare, recebe o nome de Rio Negro. Entra no território brasileiro no estado do Amazonas e segue a direção geral sudeste, banhando, entre outras, as localidades de Içana, Barcelos, Carvoeiro e Airão. Próximo a Manaus, que se ergue em sua margem esquerda, forma um estuário de cerca de seis quilômetros de largura no encontro com o Solimões, daí em diante chamado Amazonas.

Tem sua origem entre as bacias do rio Orinoco e Amazônica. Conecta-se com o Orinoco através do canal de Casiquiare. Na Colômbia, onde tem a sua nascente, é chamado de rio Guainia. Seus principais afluentes são o rio Branco e o rio Vaupés. Disputa ser o começo do rio Orinoco junto com o rio Guaviare. Drena a região leste dos Andes na Colômbia.

O Rio Negro é navegável por 720 quilômetros acima de sua foz e pode chegar a ter um mínimo de 1 metro de profundidade em tempo de seca, com muitos bancos de areia e outras dificuldades menores. Na estação das chuvas, transborda, inundando as regiões ribeirinhas em distâncias que vão de 32 km até 640 km.

A cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, é banhada por este rio.

Todo ano, com o degelo nos Andes e a estação das chuvas na região Amazônica, o nível do rio sobe vários metros, alcançando sua máxima entre os meses de junho e julho. O pico coincide com o "verão amazônico". O nível do rio abaixa até meados de novembro, quando novamente inicia o ciclo da cheia. Em Manaus, a máxima do Rio Negro vem sendo registrado há mais de cem anos, e há um quadro no Porto de Manaus[1] com todos os registros históricos, inclusive o da maior cheia de todos os tempos, ocorrida em 2012, alcançando, até 21 de maio (antes do início da vazante), a cota de 29,87 metros acima do nível do mar.

Todos os rios da Bacia Amazônica sofrem o mesmo fenômeno de subidas e baixas em seus níveis, comandados pelos dois maiores rios: o Rio Negro e o Rio Solimões, que, ao se encontrarem, abaixo da cidade de Manaus, formam o Rio Amazonas.

 

Afluentes

Os principais afluentes pela margem esquerda são:

  • Rio Padauri
  • Rio Demeni
  • Rio Jaçari
  • Rio Branco
  • Rio Jauaperi
  • Rio Camamanau

Os principais afluentes pela margem direita são:

  • Rio Içanã
  • Rio Uaupés
  • Rio Curicuriati
  • Rio Caurés
  • Rio Unini
  • Rio Jaú

 

Encontro das Águas

amazonia rio negro encontro das aguas ricardo oliveiraO Rio Negro protagoniza, junto ao rio Solimões, um dos mais belos eventos da natureza: o encontro das águas negras do primeiro com as águas barrentas do segundo. O fenômeno acontece praticamente em frente à cidade de Manaus.

As águas escuras do Rio Negro, que variam da cor marrom-café até a cor marrom-oliva. As águas de todos os rios dependem em grande parte das interações químicas e físicas, como infiltração e escoamento, com as extensas áreas terrestres de drenagem adjacentes. As águas pretas do Rio Negro e de muitos de seus efluentes possuem valores de pH entre 3,8 e 4,9, sendo, portanto, ácidas. Isso ocorre em razão da grande quantidade de substâncias orgânicas dissolvidas oriundas da drenagem dos solos arenosos adjacentes ao rio que possuem como vegetação a campina, a campinarana ou as caatingas amazônicas. Essa cor é resultado dos ácidos húmicos e fúlvicos resultantes da decomposição do húmus no solo que são lentamente transportados para o rio.

rio negro garoto na margem roberto mourao 2001O húmus é uma compostagem natural realizada pelo sistema digestivo das minhocas, por bactérias e fungos, que decompõem a matéria orgânica, agregando ao solo os restos de animais e plantas mortas e também seus subprodutos. Aproximadamente metade da matéria orgânica solúvel das águas do Rio Negro é de substâncias húmicas e a outra metade corresponde a ácidos orgânicos sem cor. Além disso, em regiões de relevo plano em baixas altitudes, ocorre um fenômeno denominado podzolização, em que as chuvas removem do solo as partículas de argila e o material orgânico, formando os solos arenosos chamados de podzóis.

Além das águas denominadas como pretas na região amazônica, há também outros dois tipos de águas segundo sua cor e transparência, que são as águas brancas e as águas claras. As do Rio Solimões são águas brancas, que são assim porque possuem grandes quantidades de sólidos suspensos, principalmente cálcio e magnésio. É uma água muito turva, com aspecto lamacento, com cores variando do amarelo ao ocre, e seu pH varia entre 6,2 e 7,2 porque, ao contrário do Rio Negro, possui pouco material orgânico dissolvido. Às suas margens, estão áreas férteis usadas para agricultura. Já as águas claras, tais como as dos rios Tapajós e Xingu, são bem transparentes, variam de um tom verde-claro a verde-oliva, e possuem pH entre 4,5 e 7,8. Isso se dá porque o relevo na região é relativamente plano e regular, com menos erosões e, consequentemente, as suas águas possuem menores quantidades significativas de material suspenso.

A visibilidade varia entre 1,50 e 2,50 metros. Devido a esse baixo pH, os insetos não se proliferam e quase não há mosquitos na região.

Velocidade: 2 a 3 km/h

Temperatura: 25 a 26 ºC

Densidade: menor


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Bacia Amazônica 

A Bacia do Rio Amazonas envolve todo o conjunto de recursos hídricos que convergem para o Rio Amazonas. Essa bacia hidrográfica faz parte da região hidrográfica do Amazonas, uma das doze regiões hidrográficas do território brasileiro.

A Bacia Amazônica abrange uma área de 7 milhões de quilômetros quadrados, compreendendo terras de vários países da América do Sul: Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Suriname, Bolívia e Brasil. É a maior bacia de regime misto (pluvial e nival) do mundo. Sendo Regime Pluvial, que deriva das águas das chuvas e Regime Nival que deriva do derretimento das geleiras dos Andes. O Rio Amazonas tem mais de 7 Mil afluentes, e possui 25 mil quilômetros de vias navegáveis.

De sua área total, cerca de 3,89 milhões de km² encontram-se no Brasil,ou seja, 45% do país, abrangendo os estados do Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Pará e Amapá.

A Bacia Amazônica representa 1/5 da água derramada no oceano por todos os rios do planeta.

 

Principais Peixes Esportivos da Bacia Amazônica

  • Aruanã (Osteoglossum sp.)
  • Cachorra-larga ou Pirandirá (Hydrolycus scomberoides)
  • Jaú (Zungaro sp.)
  • Matrinxã (Brycon sp.)
  • Pacu (Mylossoma sp. Myleus sp.)
  • Piranha (Pygocentrus nattereri e Serrasalmus rhombeus)
  • Tucunaré-açu (Cichla temensis)
  • Piraíba (Brachyplatystoma sp.)
  • Pirarara (Phractocephalus hemioliopterus)
  • Surubim (Pseudoplatystoma fasciatum)
  • Tambaqui (Colossoma macropomum)
  • Trairão (Hoplias lacerdae)

 

peixes aruana osteoglossum bicirrhosum

Aruanã (Osteoglossum bicirrhosum)

O aruanã vive na beira dos lagos, ao longos dos igapós ou dos capins aquáticos.

Nome Científico
Osteoglossum bicirrhosum

Distribuição Geográfica
Bacias Amazônica e Araguaia-Tocantins.

Descrição
Peixe de escamas; corpo muito alongado e comprimido; boca enorme; língua óssea e áspera, como a do pirarucu; barbilhões na ponta do queixo; escamas grandes; coloração branca, mas as escamas ficam avermelhadas na época da desova. Alcança cerca de 1m de comprimento total e mais de 2,5kg. No rio Negro também ocorre uma outra espécie O. ferreirai de coloração mais escura.

Ecologia
O aruanã vive na beira dos lagos, ao longos dos igapós ou dos capins aquáticos, sempre à espreita de insetos (principalmente besouros) e aranhas que caem na água. É provavelmente o maior peixe do mundo cuja dieta é constituída principalmente por insetos e aranhas. Nada logo abaixo da superfície com os barbilhões projetados para a frente, mas a função dos barbilhões ainda é desconhecida. Em águas pouco oxigenadas, os barbilhões podem ser utilizados para conseguir oxigênio na superfície da água. O aspecto mais característico do comportamento alimentar do aruanã é a habilidade de saltar fora da água e apanhar as presas ainda nos troncos, galhos e cipós. Um indivíduo adulto pode saltar mais de 1 metro fora d'água. A espécie se reproduz durante a enchente, e os machos guardam os ovos e larvas na boca (os barbilhões também servem para guiar as larvas até à boca do macho quando saem para se alimentar). Os alevinos alcançam alto valor comercial como peixe ornamental.

Equipamentos
O equipamento deve ser do tipo médio; linhas 12, 14 e 17 lb.; anzóis 1/0 a 3/0.

Iscas
Esse peixe pode ser capturado tanto com iscas naturais (peixes, camarão, insetos etc.) quanto artificiais, como plugs de superfície e meia água e colheres.

Dicas
É mais fácil capturar o aruanã na beira dos lagos e lagoas, nas proximidades de troncos e plantas aquáticas. O aruanã costuma dar saltos espetaculares quando capturado, e o pescador precisa ter muita atenção ao retirar o anzol do peixe para não se ferir.

 

peixes cachorra hydrolicus armatus

Cachorra ou Pirandirá (Hydrolycus scomberoides)

Nome Científico
Hydrolycus scomberoides

Distribuição Geográfica
Bacias amazônica e Araguaia-Tocantins. Existem quatro espécies de Hydrolycus descritas: H. scomberoides ocorre no rio Amazonas e tributários acima da boca do rio Tapajós; H. wallacei ocorre no rio Negro e na parte superior da bacia do rio Orenoco; H. armatus e H. tatauaia ocorrem na bacia amazônica, bacias dos rios Tocantins e Capim, rio Essequibo (Guiana) e bacia do rio Orenoco.

Descrição
Peixe com escamas diminutas; corpo alto e comprimido. A boca é oblíqua com uma fileira de dentes e um par de presas na mandíbula. As presas são tão grandes que a maxila superior possui dois buracos para acomodá-los quando a boca está fechada. Nadadeiras peitorais grandes. Coloração prata uniforme com uma mancha preta alongada atrás do opérculo. As maiores espécies são H. armatus e H. tatauaia que podem alcançar mais de 1m de comprimento total.

Ecologia
Peixe de meia água, ocorrendo em canais e praias de rios, lagos e na mata inundada. Espécie piscívora que ataca presas relativamente grandes, às vezes atingindo cerca de 40-50% do comprimento total do predador. Atinge a primeira maturação com cerca de 27cm de comprimento e a reprodução ocorre de novembro a abril. Realiza migração reprodutiva a grandes distâncias rio acima. Não é importante comercialmente.

Equipamentos
O equipamento empregado é do tipo médio e médio/pesado; linhas de 14, 17, 20 e 25 lb.; e anzóis de n° 4/0 a 6/0. É recomendável o uso de empates de aço de pelo menos 20cm, pois esse peixe possui dentes muito afiados.

Iscas
Pode ser capturado com peixes inteiros ou em pedaços (lambaris, tuviras, curimbatás etc.) e com iscas artificiais, como plugs de meia água, poppers e hélices.

Dicas
Costuma saltar fora d'água quando é fisgado, mas tende a se cansar com facilidade. O pescador deve ter cuidado ao soltar esse peixe, por causa dos dentes afiados. Não tem o hábito de procurar enroscos, o que facilita a captura.

 

peixes jau paulicea luetkeni 

Jaú (Zungaro sp.)

Nome Científico
Paulicea luetkeni

Distribuição Geográfica
Bacias amazônica, Araguaia-Tocantins, São Francisco, Prata e em algumas bacias do Atlântico Sul. Amplamente distribuído na América do Sul, mas provavelmente existe mais de uma espécie recebendo este nome.

Descrição
Peixe de couro; grande porte, pode alcançar mais de 1,5m de comprimento total e 100kg. O corpo é grosso e curto; a cabeça grande e achatada. A coloração varia do pardo esverdeado claro a escuro no dorso, mas o ventre é branco; indivíduos jovens apresentam pintas claras espalhadas pelo dorso.

Ecologia
Espécie piscívora. Vive no canal do rio, principalmente nos poços das cachoeiras, para onde vai no período de água baixa acompanhando os cardumes de Characidae (especialmente curimbatá) que migram rio acima. Na Amazônia não é importante comercialmente, a carne é considerada "remosa", mas é apreciado no Sudeste do Brasil. A pressão de pesca pelos frigoríficos que exportam filé de jaú é muito grande e tem sido responsável pela queda da captura da espécie na Amazônia.

Equipamentos
Varas de ação pesada; linhas de 30 a 50 lb.; anzóis encastoados n° 10/0 a 14/0. Deve-se usar chumbo tipo oliva, com peso de 300 a 1.000g, dependendo da profundidade e força da água.

Iscas
Somente iscas naturais, como pequenos peixes de escama, tuvira, muçum e, também, minhocuçu.

Dicas
Esta espécie é capturada nos poços logo abaixo das corredeiras, principalmente à noite. É muito importante que a isca fique no fundo.

 

peixes matrinxa brycon sp

Matrinxã (Brycon sp.)

Espécie onívora: alimenta-se de frutos, sementes, flores, insetos e, ocasionalmente, de pequenos peixes.

Nome Científico
Brycon sp.

Distribuição Geográfica
Bacias Amazônica e Araguaia-Tocantins.

Descrição
Peixe de escamas; corpo alongado, um pouco alto e comprimido. A coloração é prateada, com as nadadeiras alaranjadas, sendo a nadadeira caudal escura. Apresenta uma mancha arredondada escura na região umeral. Os dentes são multicuspidados dispostos em várias fileiras na maxila superior. Pode alcançar 80cm de comprimento total e 5kg.

Ecologia
Espécie onívora: alimenta-se de frutos, sementes, flores, insetos e, ocasionalmente, de pequenos peixes. Realiza migrações reprodutivas e tróficas. Nos rios de água clara, é comum ver cardumes de matrinxã, se alimentando debaixo das árvores, ao longo das margens.

Equipamentos
Equipamento do tipo médio, com linhas de 10 a 17 lb. e anzóis de n° 2/0 a 6/0.

Iscas
Iscas artificiais, como colheres e plugs; iscas naturais, frutos, flores, insetos, minhoca, coração e fígado de boi em tirinhas.

Dicas
Pode ser encontrada nas corredeiras e remansos dos rios. Quando fisgada, a tendência é levar a isca para cima.

 

peixes pacu piaractus mesopotamicus 

Pacu (Mylossoma sp. Myleus sp.)

Algumas espécies podem ser encontradas em rios, lagos e na floresta inundada, outras em pedrais e corredeiras.

Nome Popular
Pacu-comum, Pacu-branco, Pacu-manteiga

Nome Científico
Mylossoma spp., Myleus spp., Metynnis spp., Myloplus spp.

Distribuição Geográfica
Bacias amazônica, Araguaia-Tocantins, Prata e São Francisco.

Descrição
Peixes de escamas. Existem vários gêneros que recebem o nome de pacu. O corpo é alto e bastante comprimido; a forma é arredondada ou ovalada; a cabeça e a boca são pequenas; apresentam uma quilha pré-ventral serrilhada. Os dentes são fortes, cortantes ou molariformes, dispostos em uma ou duas fileiras em ambas as maxilas. Em algumas espécies, o primeiro raio da nadadeira dorsal é um espinho. As escamas são diminutas, dando um aspecto prateado. A coloração varia de espécie para espécie, mas normalmente são claros, podendo apresentar manchas variadas no corpo e nadadeiras coloridas. O tamanho varia de 15-30cm dependendo da espécie.

Ecologia
Em geral as espécies são herbívoras, se alimentam de material vegetal e algas, com tendência a frugívoras. Algumas espécies podem ser encontradas em rios, lagos e na floresta inundada, outras em pedrais e corredeiras. São importantes na pesca de subsistência. Na Amazônia, M. duriventre (pacu-comum) forma cardumes e desce os rios para desovar, sendo importante na pesca comercial local.

Equipamentos
Equipamento do tipo leve/médio; linhas de 10 a 14 lb.; chumbada pequena; anzóis pequenos. Na pesca de batida, usa-se vara de bambu com linha de 25 a 30 lb. e anzóis até o n° 5/0.

Iscas
Iscas naturais, como frutos/sementes, algas filamentosas e minhoca. 



peixes piranha preta serrasalmus rhombeus

Piranha (Serrasalmus rhombeus)

A piranha preta ocorre em rios de águas claras e pretas e os indivíduos são solitários.

Nome Científico
Serrasalmus rhombeus

Distribuição Geográfica
Bacias amazônica e Araguaia-Tocantins.

Descrição
Peixe de escamas; corpo romboide e um pouco comprimido; mandíbula saliente e dentes afiados. A coloração é uniform escuras. Alcança 40cm de comprimento e é a maior piranha da Amazônia.

Ecologia
A piranha preta ocorre em rios de águas claras e pretas e os indivíduos são solitários. Espécie carnívora, alimenta-se de peixes e invertebrados.

Equipamentos
Equipamento do tipo médio; linhas de 14, 17 e 20 lb.;e, anzóis de n° 3/0 a 6/0.

Iscas
Peixes em pedaços, vísceras e iscas artificiais de meia água.

Dicas
O pescador deve ter muito cuidado ao manusear esse peixe, pois qualquer descuido pode acabar em acidente sério.

 

peixes tucunare acu chichla sp

peixes tucunare azul cichla sp peixes tucunare borboleta cichla orinocensis peixes tucunare paca chichla temesis

Tucunaré-açu (Cichla temensis)

Espécies sedentárias (não realizam migrações), que vivem em lagos/lagoas (entram na mata inundada durante a cheia) e na boca e beira dos rios.

Nomes Populares
Tucunaré, Tucunaré-açu, Tucunaré-paca, Tucunaré-pinima, Tucunaré-pitanga, Tucunaré-vermelho

Nome Científico
Cichla spp.

Distribuição Geográfica
Bacias amazônica e Araguaia-Tocantins, mas foi introduzido nos reservatórios da bacia do Prata, em algumas áreas do Pantanal, no rio São Francisco e nos açudes do Nordeste.

Descrição
Peixes de escamas; corpo alongado e um pouco comprimido. Existem pelo menos 14 espécies de tucunarés na Amazônia, sendo cinco espécies descritas: Cichla ocellaris, C. temensis, C. monoculus, C. orinocensis e C. intermedia. O tamanho (exemplares adultos podem medir 30cm ou mais de 1m de comprimento total), o colorido (pode ser amarelado, esverdeado, avermelhado, azulado, quase preto etc.), e a forma e número de manchas (podem ser grandes, pretas e verticais; ou pintas brancas distribuídas regularmente pelo corpo e nadadeiras etc) variam bastante de espécie para espécie. Todos os tucunarés apresentam uma mancha redonda (ocelo) no pedúnculo caudal.

Ecologia
Espécies sedentárias (não realizam migrações), que vivem em lagos/lagoas (entram na mata inundada durante a cheia) e na boca e beira dos rios. Formam casais e se reproduzem em ambientes lênticos, onde constroem ninhos e cuidam da prole. Têm hábitos diurnos. Alimentam-se principalmente de peixes e camarões. São as únicas espécies de peixes da Amazônia que perseguem a presa, ou seja, após iniciar o ataque, não desistem até conseguir capturá-las, o que os torna um dos peixes mais esportivos do Brasil. Quase todos os outros peixes predadores desistem após a primeira ou segunda tentativa malsucedida. Todas as espécies são importantes comercialmente e na pesca esportiva.

Equipamentos
Varas de ação média a média/pesada, com linhas de 17, 20, 25 e 30 lb e anzóis de n° 2/0 a 4/0, sem o uso de empates. O uso de arranque com linha grossa é recomendado para evitar a perda do peixe nas galhadas.

Iscas
Iscas naturais (peixes e camarões) e artificiais. Praticamente todos os tipos de iscas artificiais podem atrair tucunarés, mas a pesca com plug de superfície é a mais emocionante. Os tucunarés "explodem" na superfície da água para capturar os peixinhos.

Dicas
Na pesca com isca artificial deve-se procurar manter a isca em movimento, porque o tucunaré pode pegar a isca 4 a 5 vezes antes de ser fisgado.

 

peixes piraiba ou filhote brachyplatystoma filamentosum

Piraíba ou Filhote (Brachyplatystoma filamentosum)

Ocorre em lugares profundos, poços ou remansos, saídas de corredeiras e confluência dos grandes rios.

Nome Popular
Piraíba, Filhote

Nome Científico
Brachyplathystoma filamentosum

Distribuição Geográfica
Bacias amazônica e Araguaia-Tocantins.

Descrição
Peixe de couro; grande porte; cabeça grande e olhos pequenos. A coloração é cinza escuro. Pode pesar 300kg e medir cerca de 2m de comprimento total, mas atualmente os exemplares capturados pesam abaixo de 10kg. Indivíduos pesando até 60kg são conhecidos como filhote.

Ecologia
Ocorre em lugares profundos, poços ou remansos, saídas de corredeiras e confluência dos grandes rios. Não é um peixe muito procurado pelos pescadores comerciais, pois muitos acreditam que sua carne faz mal e transmite doenças. Além disso, as vísceras e músculos do corpo costumam ficar repletos de parasitas.

Equipamentos
O equipamento empregado é do tipo ultrapesado, por causa do tamanho desse peixe. Um indivíduo de porte médio (cerca de 100 a 150kg) pode levar várias horas brigando até se cansar.

Iscas
Iscas de peixes, pesando de 1 a 6kg, como, por exemplo, matrinxã, cachorra ou piranha.

Dicas
Durante várias épocas do ano, é possível observar as piraíbas no canal dos rios, bem na superfície da água, mas não são capturadas. Na Amazônia, os caboclos costumam pescar esse peixe na confluência dos rios. Amarram na canoa uma corda bem forte e anzol grande, iscado com um peixe de médio porte e ficam aguardando a chegada do peixe, que, quando fisgado, pode rebocar a canoa por vários quilômetros. Dependendo da força e tamanho do peixe é necessário cortar a corda para a canoa não virar.

 

peixes pirarara phractocephalus hemioliopterus

Pirarara (Phractocephalus hemioliopterus)

Ocorre no canal dos rios, nos poços logo após as corredeiras, várzeas e igapós, inclusive nos tributários de águas pretas e claras, alcançando as cabeceiras e parte do estuário do Amazonas.

Nome Popular
Pirarara

Nome Científico
Phractocephalus hemioliopterus

Distribuição Geográfica
Bacias amazônica e Araguaia-Tocantins.

Descrição
Peixe de couro, de grande porte. É caracterizado pela cabeça enorme, fortemente ossificada, com uma placa óssea localizada antes da nadadeira dorsal. É um dos peixes de couro mais coloridos da Amazônia. Sua coloração é muito bonita, sendo o dorso castanho esverdeado, os flancos amarelados e o ventre esbranquiçado. As nadadeiras dorsal e caudal são alaranjadas. Pode chegar a mais de 1,50m de comprimento total e mais de 50kg.

Ecologia
Ocorre no canal dos rios, nos poços logo após as corredeiras, várzeas e igapós, inclusive nos tributários de águas pretas e claras, alcançando as cabeceiras e parte do estuário do Amazonas. Alimenta-se de peixes, frutos e caranguejos. Tem a reputação de atacar seres humanos, principalmente crianças.

Equipamentos
Equipamento do tipo pesado com linhas de 30 a 50 lb. Os anzóis mais utilizados são os de n° 8/0 a 14/0, por causa da grande boca da pirarara.

Iscas
Esta espécie é capturada exclusivamente com iscas naturais, peixes inteiros ou em filés, por exemplo, de traíra ou piranha-caju.

Dicas
Pode ser capturado na calha e na confluência dos rios, especialmente na época de seca. Prefira as áreas que não tenham muito enrosco para não correr o risco de perder o peixe.

 

peixes surubim chicote bardada sorubimichthys planiceps  

Surubim-chicote ou Bargada (Sorubimichthys planiceps)

Vive no leito dos rios, consumindo principalmente peixes. Realiza migração reprodutiva e desova no início da enchente.

Nome Popular
Surubim-chicote, Surubim-lenha, Peixe-lenha

Nome Científico
Sorubimichthys planiceps

Distribuição Geográfica
Bacias amazônica e Araguaia-Tocantins

Descrição
Peixe de couro; de grande porte, pode alcançar mais e 1,50m de comprimento total. Corpo muito alongado e roliço; cabeça achatada e mais larga que o resto do corpo; focinho arredondado, sendo que o maxilar superior é maior que a mandíbula deixando aparecer uma placa de dentes diminutos quando a boca está fechada; barbilhões longos. A coloração é cinza escuro, sendo que uma faixa clara e estreita se estende da nadadeira peitoral até o meio da nadadeira caudal. Principalmente a região dorsal e as nadadeiras são cobertas por pintas escuras.

Ecologia
Vive no leito dos rios, consumindo principalmente peixes. Realiza migração reprodutiva e desova no início da enchente. Tem relativa importância comercial, já que, apesar do tamanho, não atinge muito peso por causa da cabeça grande e do corpo muito fino. É encontrado nos mercados locais e frigoríficos.

Equipamentos
Equipamento médio/pesado; linhas entre 20-25 lb.; anzóis de n° 4/0-8/0; e, linha de fundo com chumbo oliva.

Iscas
Iscas naturais, como tuvira e outros peixes, inteiros e em pedaços, e minhocuçu.

 

peixes surubim ou cachara pseudoplatystoma fasciatum

Surubim ou Cachara (Pseudoplatystoma fasciatum)

Espécie piscívora, com preferência para peixes de escamas, mas, em algumas regiões, camarão também é um item importante na dieta.

Nome Popular
Cachara ou Surubim (Stripped Catfish)

Nome Científico
Pseudoplatystoma fasciatum

Distribuição Geográfica
Bacias amazônica, Araguaia-Tocantins e Prata.

Descrição
Peixe de couro; corpo alongado e roliço; cabeça grande e achatada. A coloração é cinza escuro no dorso, clareando em direção ao ventre, sendo branca abaixo da linha lateral. Pode ser separada das outras espécies do gênero pelo padrão de manchas: faixas verticais pretas irregulares, começando na região dorsal e se estendendo até abaixo da linha lateral. Às vezes, apresenta algumas manchas arredondadas ou alongadas no final das faixas. Espécie de grande porte, pode alcançar mais de 1m de comprimento total.

Ecologia
Espécie piscívora, com preferência para peixes de escamas, mas, em algumas regiões, camarão também é um item importante na dieta. Ocorre em vários tipos de hábitats como poços no canal dos rios, baixios de praias, lagos e matas inundadas. Realiza migração reprodutiva rio acima a partir do início da enchente. É importante na pesca comercial e esportiva.

Equipamentos
O equipamento do tipo médio/pesado, já que é um peixe de grande porte; linhas de 17, 20, 25 a 30 lb., preparadas com empates e anzóis de n° 6/0 a 10/0.

Iscas
É capturado principalmente com iscas naturais de peixes, como sarapós, muçum, tuviras, lambaris, piaus, curimbatás e minhocuçu. Também podem ser utilizadas iscas artificiais, como plugs de meia água e de fundo, principalmente em lagos, lagoas e nas praias, mas, nesse caso, as iscas devem ser trabalhadas bem próximas ao fundo.

Dicas
Os cuidados ao manusear esse peixe devem ser redobrados, por causa dos espinhos das nadadeiras peitorais e dorsal.

 

peixes tambaqui colossoma macropomum

Tambaqui (Colossoma macropomum)

Espécie migradora, realiza migrações reprodutivas, tróficas e de dispersão. Durante a época de cheia entra na mata inundada, onde se alimenta de frutos/sementes.

Nome Popular
Tambaqui

Nome Científico
Colossoma macropomum

Distribuição Geográfica
Bacia amazônica.

Descrição
Peixe de escamas; corpo romboidal; nadadeira adiposa curta com raios na extremidade; dentes molariformes e rastros branquiais longos e numerosos. A coloração geralmente é parda na metade superior e preta na metade inferior do corpo, mas pode variar para mais clara ou mais escura dependendo da cor da água. Os alevinos são cinza claro com manchas escuras espalhadas na metade superior do corpo. O tambaqui alcança cerca de 90cm de comprimento total. Antigamente eram capturados exemplares com até 45kg. Hoje, por causa da sobrepesca, praticamente não existem indivíduos desse porte.

Ecologia
Espécie migradora, realiza migrações reprodutivas, tróficas e de dispersão. Durante a época de cheia entra na mata inundada, onde se alimenta de frutos/sementes. Durante a seca, os indivíduos jovens ficam nos lagos de várzea onde se alimentam de zooplâncton e os adultos migram para os rios de águas barrentas para desovar. Nessa época, não se alimentam, vivendo da gordura que acumularam durante a época cheia. Uma das espécies comerciais mais importantes da Amazônia central.

Equipamentos
Os equipamentos mais recomendados são do tipo médio/pesado, e pesado para os grandes exemplares. As linhas devem ser de 17, 20, 25 e 30 lb. Deve-se usar empates curtos, por causa dos dentes e da boca pequena do tambaqui. Os anzóis devem variar do n° 2/0 a 8/0.

Iscas
As iscas devem ser frutos da região, as preferidas pela espécie, e minhocuçu.

Dicas
A pesca com anzol é mais fácil quando o peixe está batendo. A isca de minhocuçu, por exemplo, deve ser arremessada na batida do peixe.

 

peixes trairao hoplias macrophthalmus

Trairão (Hoplias macrophthalmus)

Espécie piscívora, muito voraz. Vive na margem dos rios e de lagos/lagoas em áreas rasas com vegetação e galhos.

Nome Popular
Trairão

Nome Científico
Hoplias macrophthalmus

Família
Erythrynidae

Distribuição Geográfica
Bacias amazônica (áreas de cabeceiras dos tributários), Araguaia-Tocantins e do Prata (alto Paraguai).

Descrição
Peixe de escamas; corpo cilíndrico. Pode atingir 20kg e mais de 1m de comprimento total, mas exemplares desse porte são difíceis de encontrar. A coloração é quase negra no dorso, os flancos são acinzentados e o ventre esbranquiçado.

Ecologia
Espécie piscívora, muito voraz. Vive na margem dos rios e de lagos/lagoas em áreas rasas com vegetação e galhos.

Equipamentos
Equipamento médio/pesado; linhas de 17, 20 e 25 lb.; anzóis de n° 6/0 a 8/0, encastoados com arame ou cabo de aço recapado de 50 a 100 lb.

Iscas
Iscas naturais, como pedaços de peixes (cachorra, matrinxã, curimbatá etc.). As iscas artificiais também são muito utilizadas, principalmente os plugs de superfície e meia água, spinnerbaits e colheres.

Dicas
Muito cuidado ao retirar o anzol da boca do trairão porque a mordida é forte e os dentes afiado.