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OrganizaçãoRoberto M.F. Mourão (roberto@albatroz.eco.br)
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Estudo de Caso

Trilhas de Longo Percurso


Caminhos de Santiago de Compostela

camino santigo marco pedra RoncesvallesRota de Peregrinos

Os Caminhos de Santiago são os percursos dos peregrinos que afluem a Santiago de Compostela desde o século IX para venerar as relíquias do apóstolo Santiago Maior, cujo suposto sepulcro se encontra na catedral de Santiago de Compostela.

A peregrinação foi uma das mais concorridas da Europa medieval sendo concedida indulgência plena a quem a fizesse.

Depois de vários séculos relativamente esquecida, desde os anos 1980 que a popularidade da peregrinação tem crescido substancialmente, embora grande parte das pessoas que fazem o Caminho - nome pelo qual é também conhecida a peregrinação - atualmente não o façam por motivos religiosos. 

Foi declarado Primeiro Itinerário Cultural Europeu em 1987 e Património da Humanidade na Espanha em 1993 e na França em 1998.

O Caminho é geralmente feito a pé, mas também pode ser feito de bicicleta, a cavalo, ou até de burro.

camino santigo simbolo shell vieiraOs peregrinos (do latim per ægros, "aquele que atravessa os campos") têm como símbolo uma vieira, que veneram, simbolo cujas origens se atribuem aos povos ancestrais que antes do cristianismo peregrinavam a Finisterra, durante muitos séculos considerado o local mais ocidental do mundo conhecido e, como tal, o fim do mundo. As vieiras, nome cientifico Pecten maximus), são moluscos bivalves marinhos que se ocorrem em vários oceanos e são apreciadas como alimento refinado.

O Caminho de Santiago é popularmente associado desde séculos à Via Láctea, por supostamente indicar o caminho para Santiago de Compostela à noite. Via Láctea é um dos nomes dado ao Caminho e um dos nomes populares da galáxia em Espanha e Portugal é Caminho ou Estrada de Santiago. 

História

camino santiago catedral sigloXVIIAs peregrinações a Santiago de Compostela começam no século IX a partir da descoberta, história ou lenda, do túmulo do apóstolo Santiago.

Durante os oito séculos seguintes, o fluxo contínuo de peregrinos de toda a Europa traça os caminhos que convergem na Espanha para ir, através do Caminho do Norte ou do Caminho Francês, a Santiago de Compostela, o ponto final de convergência de todas as rotas jacobinas.

Desde as suas origens, no Caminho de Santiago existe um vínculo estreito e frutífero entre os peregrinos e os habitantes das cidades que atravessam o caminho.

Assim, além do seu valor espiritual, o Caminho é a espinha dorsal para a disseminação de línguas, costumes, correntes de pensamento, estilos artísticos, etc.

Os vários Caminhos de Santiago

camino santiago mapa caminhosOs caminhos espalham-se por toda a Europa e vão entroncar nos caminhos espanhóis.

Com exceção das várias vias do Caminho Português e do Caminho da Prata, do qual uma variante atravessava o nordeste de Portugal, que têm origem a sul, e do Caminho Inglês que vinha do norte, a maior parte liga-se ao Caminho Francês, cuja rota mais popular entra em Espanha na zona de Pamplona (Roncesvalles), se encontra com as restantes em Puente la Reina e segue ao longo do norte de Espanha.

Ou seja, o Camino de Santiago, mais conhecido como o Caminho Francês, cujas duas entradas da França são: Roncesvalles e Somport, que se juntam a Puente la Reina e, juntos, viajam por Pamplona, ​​Burgos, Carrión, León, Astorga, Pedrafita do Cebreiro, Arzúa até chegar a Santiago de Compostela.

Também inclui o conhecido North Branch, que atravessa San Sebastian e passa por Bilbao, Santander, Oviedo, Ribadeo, Villalba, Arzúa e, finalmente, Santiago. E, finalmente, um ramo que de Sant Pere de Rodes, Montserrat, Lleida, Zaragoza, se junta a Logroño com o Caminho Francês.

A Federação Espanhola de Associações de Amigos do Caminho de Santiago indica que o que se conhece como "Caminos de Santiago" é formado pelo conjunto de 'Caminos de Santiago', que hoje foram recuperados por diferentes associações jacobinas espanholas, ou trabalham nelas para esse fim, formando uma extensa rede peninsular de 32 rotas, que excedem 11 mil quilômetros de extensão.

 

 

Caminhos de Santiago de Compostela


Para saber mais sobre trilhas

 

 

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Estudos de Caso

Trilhas para Estudos e Pesquisa

Estación Biológica La Selva, Costa Rica


Antecedentes

trilhas logo organizacion estudios tropicalesEm maio de 2005, liderando um grupo de empresários brasileiros de ecoturismo, em viagem técnica de benchmarking à Costa Rica, conduzidos pelo consultor Roberto M.F. Mourão, da Albatroz Planejamento, com apoio local da consultora Ana Baez, da Turismo & Conservación Consultores, que ajudou a definir e implementar a agenda da viagem, visitamos a Estación Biológica La Selva, gerida pela ong Organización para Estudios Tropicales (OET), un consórcio sem fins lucrativos de mais de cinquenta universidades, colégios e instituições de pesquisa de todo o mundo.

logo excelencia em turismo webEssa viagem foi promovida pela Embratur, em parceria com o Sebrae Nacional, no contexto do projeto-piloto Excelência em Turismo, Aprendendo com as Melhores Experiências Internacionais, projeto idealizado por Roberto M.F. Mourão, que conduziu as duas primeiras viagens-piloto à Costa Rica (maio 2005) e ao Peru (junho 2005).

Além desses destinos turisticos, na fase piloto do projeto foram realizadas viagens à Argentina (pesca esportiva); México (mergulho autonomo / scuba diving); Nova Zelândia (turismo de aventura) e Espanha (turismo cultural).

Devido ao sucesso dessas experiências, o projeto promoveu viagens a outros países nos anos seguintes e foi ampliado com uma versão de viagens a polos turisticos nacionais denominado Projeto Vivências Brasil, Aprendendo com o Turismo Nacional.


Estación Biológica La Selva


trilhas tucan pico iris rainbow billed toucan Ramphastos sulfuratus la selva costa rica xlA Estación Biológica La Selva é uma estação de pesquisa de ecologia tropical localizada em Puerto Viejo de Sarapiquí, no norte da Costa Rica.

A Estação faz parte de uma área protegida maior - a Zona Protectora La Selva.

A reserva presta um serviço de importância mundial para pesquisas tropicais. Localizado nas terras baixas do Nordeste da Costa Rica, La Selva inclui uma reserva natural que protege cerca de 1.600 hectares de floresta tropical primária.

(foto acima: tucan-pico-iris, rainbow-billed-toucan, Ramphastos-sulfuratus)

A floresta está cercada por pastagens de fazendas e outras áreas abertas, a sudeste da cidade de Puerto Viejo de Sarapiquí, entre os rios Puerto Viejo e Sarapiquí, nas terras baixas do norte da Costa Rica, a uma altitude de 37 metros acima do nível do mar. 

trilhas poison daret frog Oophaga pumilio la selva costa ricaCosta Rica é conhecida pela possibilidade de observação da vida silvestre, onde é possível avistagem de aves, mamíferos e répteis, mas a umidade e a chuva quase constante da maioria das florestas costarriquenhas são o habitat ideal para outra classe de animais: os anfíbios.

Anfíbios não devem ser confundidos com répteis como lagartos e cobras, os anfíbios mais comuns na floresta são sapos e rãs. Eles podem ser vistos ao caminhar pelas trilhas assim como em ranários adaptados para educação ambiental e turismo (p.ex. Frog Pond, em Monteverde).

(foto acima: rana-de-punta-de-flecha-roja, strawberry-poison-dart-frog, Oophaga pumilio)

La Selva foi criada em 1954 pelo Dr. Leslie Holdridge, que dedicou sua fazenda à experimentação com plantações consorciadas para a melhoria da gestão dos recursos naturais.

trilhas research treemark tag la selva costa ricaEm 1968, a propriedade foi comprada pela Organização de Estudos Tropicais e declarou uma estação e reserva biológica privada. Esta estação é um dos maiores geradores de informações sobre a floresta tropical, graças às diferentes investigações que são realizadas, cada ano.

A reserva tem uma ampla rede de trilhas para se apreciar a floresta tropical, assim como permitir prioritariamente a circulação de pesquisadores e estudantes em pós-graduação de todo o mundo.

Porém, o uso das trilhas é tão intenso por pesquisadores e ecoturistas que muitas foram pavimentadas em concreto, e que, ao percorrê-las, nota-se ao longo sinalização colocadas por pesquisadores e estudantes de pós-graduação, mestrado e doutorado.

trilhas research students la selva costa ricaEstudantes de pós-graduação tomam notas ao longo de trilha pavimentada em concreto, Estación Biológica La Selva, Costa Rica.  

trilhas ecoturistas caminhando la selva costa rica      trilhas guia ecoturistas la selva costa rica
Ecoturistas caminhando em trilha em concreto e recebendo informações de monitor da Estación Biológica La Selva. 

trilhas birder sobre ponte pensil la selva costa ricaObservador de aves fotografando sobre ponte pensil, Estación Biológica La Selva, Costa Rica.
A ponte, além de servir de passagem, permite observar a floresta ao nível da copa das árvores.
Cerca de 70% da vida na floresta acontece ao nível das copas das árvores.

 

 

Trilhas

 

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Desenho de Trilhas

trilhas multiuso bike hikersO uso de trilhas vem aumentando nas últimas décadas, principalmente em áreas de proteção ambiental.

Na atualidade, as trilhas têm sido utilizadas como via de condução a ambientes naturais, para contemplação da natureza, prática de esportes, recreação e ecoturismo, além de ainda serem utilizadas como via de acesso e comunicação entre em áreas não urbanas

Nesse sentido, as trilhas deixaram de ser um simples meio de deslocamento para se tornarem um novo meio de contato com a natureza. Isso se justifica pelo fato de que as trilhas possibilitam o contato com os ambientes naturais, quer estejam em áreas privadas (pousadas, hotéis-fazenda, hotéis de selva / lodges, etc.) ou públicas (unidades de conservação),

trilhas senderos Playa del Carmen iogaA frequência de uso das trilhas, bem como o regime de manutenção dessas e a vulnerabilidade da vegetação, são fatores determinantes da intensidade do seu impacto sobre a vegetação.

A implantação e uso de trilhas gera modificações no seu ambiente de ocorrência e áreas adjacentes, como aumento da compactação e erosão do solo, perda de cobertura vegetal, alterações na composição, diversidade e estrutura das comunidades vegetais e, ainda, perturbações à fauna.

O que vem a ser um paradoxo à conservação e restauração dos ambientes naturais. Se por um lado representam uma ferramenta a favor da conservação e restauração por permitirem o contato com a natureza e a conscientização da necessidade de conservar, também constituem uma fonte de distúrbio a esses ambientes.

Trilhas cujo uso está concentrado em atividades de caminhada e ciclismo geralmente tendem a apresentar pouca degradação relacionada à atividade erosiva, se comparada a trilhas onde há presença constante deciclistas, cavalos ou veículos off-road.

 

Determine seus Usuários: Uso Simples ou Uso Múltiplo 

O primeiro passo no desenho das trilhas é determinar por quem a trilha será usada, quanto se usará e qual a qualidade de experiência que deseja fornecer aos caminhantes.

Trilhas Uso Único

  • Diferentes tipos de usuários têm diferentes tipos de tolerância ao ruído, esforço de uso da trilha (maior erosão), velocidade de movimento ou influência na trilha.
  • Pode-se fornecer uma melhor experiência para um único tipo de usuário.


Trilhas Uso Múltiplo

  • trilhas multiuso hiking cycling horsebackPodem ter muitos usuários principais e alguns secundários

  • Podem ser usadas em diferentes estações ou períodos do ano por diferentes usuários

  • O desenho e a manutenção devem ser planejados para todos os usuários ou a trilha terá que ser dividida em linhas paralelas

  • As regras de conduta devem ser exibidas claramente por meio de sinalização (velocidade, transferência, regulamentos, etc.) quando outros tipos de usuários forem encontrados.


Trilhas para Pessoas com Necessidades Especiais

trilhas cadeirante silhuetaUma prática mundial que, felizmente, cresce no Brasil, é o aumento de trilhas para pessoas com necessidades especiais.

Essa seção é ilustrativa, necessária para quem quer saber o básico e conhecer um pouco de trilhas e equipamentos para pessoas com necessidades especiais (cadeirantes, cegos, surdos, etc.).

As trilhas são adaptadas quanto ao pavimento que pode ser terra batida, solo-cimento ou passarelas em madeira onde se pode trafegar com cadeiras de rodas. Em alguns casos, as trilhas são convencionais de graus de dificuldade fácil a moderado, com possibilidade de uso convencional ou com equipamentos adaptados.

Para maiores informações, sugerimos o blog Turismo Adaptado, do competente, cadeirante, Ricardo Shimosakai, pioneiro em acessibilidade. trilhas turismo adaptado logoBacharel em turismo. Docente do MBA de Gestão em Hotelaria de Luxo, MBA de Gestão de Eventos e Cerimoniais de Luxo e Pós-Graduacão de Arquitetura Hoteleira, Ricardo escreve para diversos meios de comunicação e ministra palestras por todo o mundo contando sua história de superação pessoal e empreendedorismo.

Acesse esse link para informações sobre Trilhas para Pessoas com Necessidades Especiais.

Acesse esse link para informações e fotos de trilha para cadeirantes e deficientes visuais (© Roberto M.F. Mourão, outubro 1999)


Defina a trilha conforme o caminhante 

trilhas multiuso bike childDo ponto de vista do caminhante para se criar uma trilha de acordo com a experiência que deseja fornecer, considere:

  • O nível de preparo e habilidade física dos usuários, p.ex., reduza o grau de dificuldade se desejar oferecer a trilha para uma ampla gama de usuários diferentes de idades e interesses

  • A exposição ao risco de acidentes (lesões, fraturas, perda, etc.)

  • A duração da experiência - tempo de caminhada em minutos, horas, dias. semanas ?

  • Se a proposta for uma rota para um destino específico, escolha o caminho mais curto e mais simples.

  • Se a proposta for o destino em si, procure uma rota mais interessante e divertida.


Grau de Dificuldade da Trilha

A definição do grau de dificuldade de uma trilha é uma tarefa que pode ser complicada para definir, uma vez que depende de vários fatores:
trilhas grau dificuldade ilustracao

  • A experiência de quem está definindo o grau de dificuldade.

  • Quem usará a trilha, uma vez que a trilha poderá ser considerada fácil ou dificuldade moderada para um caminhante experiente e embora forma física, ao passo que pode ser o contrário: dificil e extenuante para um caminhante iniciante.

  • Em que estação a trilha será usada ?

  • Nas chuvas ? na seca ? no ano inteiro ?

  • Considerando que no Brasil usualmente temos duas 'estações': chuva e seca.

  • Qual será o caminho que pode ser usado em qualquer hora, dia ou estação do ano? 

  • A caminhada será feita com mochila 'day-use', utilizada para caminhadas curtas, sem pernoite ?
  • Ou a caminhada será uma travessia, com pernoite(s), com mochila 'cargueira' com equipamento para acampar ?

Importante frizar que graus de dificuldade podem variar para uma trilha se for guiada ou auto-guiada. 


Exemplos de Classificação de Grau de Dificuldade

Como dissemos, classificar quanto à dificuldade uma trilha é bastante subjetivo pois o grau de dificuldade varia de pessoa para pessoa, dependendo basicamente do condicionamento físico e peso da eventual bagagem (mochila) carregada. Geralmente a classificação é elaborada utilizando-se combinações de letras (variando de A e E) e/ou números de (1 a 3), em geral um referindo-se ao nível técnico e outro à intensidade, não necessariamente nesta ordem.

Consideramos a tabela abaixo genérica e orientadora para que se possa classificar uma trilha.

trilhas grau dificuldade tabela generica


Exemplos Internacionais de Classificação de Graus de Dificuldade 

The Adventure Company

trilhas the adventure travel logoGraduação nas trilhas

  1. Fácil

  2. Moderada

  3. Extenuante

Classificação das atividades, graus:

  1. Grau A
    Passeios que podem ser apreciados sem obrigatoriedade de ter que caminhar ou desenvolver alguma atividade física. Não requer experiência anterior.

  2. Grau B
    Requer alguma atividade física. Se for necessário pernoitar na trilha, é recomendado (mas não exigido) experiência de camping. Em geral não será necessário carregar uma mochila pesada, mas se este for o caso, adotar-se-á graduação B-3.

  3. Grau C
    Requer condicionamento físico, pois as trilhas podem ser longas, acidentadas e/ou cansativas. Em geral envolve pernoite na trilha.

  4. Grau D
    Requer bom condicionamento físico e experiência básica em montanhismo: camping, caminhadas em clima adversos, manuseio de equipamentos. Pode exigir o fator altitude (acima de 4.000m).

  5. Grau E Expedição
    A pessoa deve ser capaz de desenvolver intensa atividade física durante muitos dias em lugares de difícil acesso. É necessária experiência comprovada em montanhismo. Deve-se estar preparado para executar as mesmas tarefas dos guias: cozinhar, montar barracas, etc.

Observação: nas excursões de Grau C, D, e E, sempre que possível e necessário, serão utilizados animais ou carregadores para o transporte de equipamentos e mantimentos.


Mountain Travel Sobek

trilhas mountain travel sobek logoQuanto à intensidade

  1. Fácil

  2. Moderada

  3. Difícil

Quanto ao nível técnico

  1. Fácil, é necessário apenas boa saúde

  2. Requer atividade física como caminhada de 3 a 7 horas ao dia

  3. Caminhadas equivalentes a B só que acima de 4.500m, o que requer melhor condicionamento físico

  4. Grande condicionamento físico com experiência básica de montanhismo

  5. É necessário ao menos três anos de comprovada experiência no tipo de expedição.

Easy / Fácil
Muitas atividades são opcionais e envolvem viagens bastante fáceis. As viagens podem incluir caminhadas curtas de duas a três horas ou caminhadas opcionais em baixas altitudes. Pode incluir caiaque no mar menos exigente e rafting com corredeiras Classe I-II.

Moderate / Moderado
trilhas montain travel sobek trekkersViagens mais ativas envolvendo caminhadas em terrenos moderados, geralmente - mas nem sempre - com apoio de veículos e em altitudes inferiores a 3.000 metros (10.000 pés), ou viagens com longos dias de caminhada, vários dias de caiaque no mar, acampamento selvagem ou outras atividades revigorantes. Em muitas viagens, você pode optar por ignorar a atividade de um dia, dependendo da logística. Pode incluir passeios de caiaque no mar mais exigentes e rafting em rio com corredeiras Classe III.

Strenuos / Extenuante
Caminhadas e trekking em terreno mais íngreme ou mais acidentado ou onde as elevações podem exceder 3.000 metros (10.000 pés),  geralmente leva vários dias seguidos. Pode incluir viagens de caiaque mais exigentes (4-5 horas remando por dia) e rafting em rio com corredeiras da Classe IV-V.

Ultimate Challenge! / Desafio final!
Viagens mais exigentes: trekking em terreno íngreme e acidentado em altitudes elevadas (sem suporte de veículo) ou com ganhos substanciais de altitude e perdas; viagens ao remoto e extremo deserto; viagens de montanhismo. Pode incluir caiaque de mar mais exigente (5-7 horas remando por dia) e passeios de rafting em rio com corredeiras Classe IV-V.

Traçado

As trilhas, preferencialmente, devem ser desenvolvidas para uso público quer em áreas públicas ou privadas, a partir de picadas ou caminhos existentes.

Deve-se procurar que as trilhas se mesclem com o ambiente natural, mantendo continuidade e regularidade na forma como atravessa a paisagem. Na medida do possível, devem ser evitadas mudanças bruscas de direção, variantes em excesso ou curvas acentuadas, a menos que o traçado e a topografia do percurso exija. 

Ao mesmo tempo, seções planas e longas devem ser usadas com moderação pois tornam o caminhar monótono, cansativo e com pouco interesse para os caminhantes.

Quanto ao traçado, às trilhas podem ser classificadas de 5 diferentes formas:

  1. Trilha Circular
    Trilhas que tem inicio e fim no mesmo ponto, mais seu traçado se assemelha a um circulo, onde os caminhantes fazem um único caminho sem repeti-lo. trilhas desenho circularA vantagem desse formato, é que não se passa mais de uma vez pelo mesmo local, e os grupos não se cruzam ao percorrer a trilha. Tem a capacidade de comportar mais grupos simultaneamente, desde que respeitando-se a capacidade de carga. Trilhas circulares são excelentes para o uso em educação ambiental uma vez que, ao permitirem maior número de grupos, possibilitam escolas ou empresas de turismo pedagógico oferecerem passeios e aulas para mais alunos. Dividindo grupos com maior número de participantes em pequenos grupos, possibilta-se uma melhor experiência, menos algazarra e, consequentemente, melhor aprendizado e sensibilização.

  2. Trilha em Oito
    forte morro trilhas mirantes distancias tabelaA trilha em Oito, assim como a circular, tem seu inicio e fim também no mesmo ponto, o que as diferenciam é que a trilha em oito, cruza com um ponto intermediário no seu percurso. Esse tipo de trilha é indicado a se utilizar em ambientes de espaço limitado, pois pode proporcionar uma maior interação dos visitantes com o ambiente, mesmo se tendo um espaço reduzido. Além do seu formato cruzar com um ponto durante a trilha, em sua grande parte, os visitantes não repetem caminhos já feitos anteriormente, criando uma maior satisfação em sua visita. Uma extensão seria mais cruzamentos ou "oito duplo", caso o espaço permita. Click nesse link ou na imagem para ver exemplo de trilha projetada para o Morro do Forte, em Paraty.

  3. Linear de Ligação ou Trilha de Acesso
    Esse tipo de trilha, normalmente é o mais utilizado, o seu percurso de ida é o mesmo de volta, normalmente tem a função apenas de ligar um ponto a um atrativo principal (cachoeira, praia, poço, mirante, aldeia ou vila de comunidade tradicional, etc.). trilhas limitantes criticas trilha acesso a praiaEsse tipo de trilha tem a desvantagem de o caminho de ida ser o mesmo da volta, não causando assim um grande impacto nos visitantes, alem da possibilidade de estar sempre cruzando com outros grupos de visitantes, o que provoca alargamento da trilha, em geral é o modelo onde os impactos negativos são mais perceptíveis e visíveis. É importante ressaltar que uma trilha de acesso pode vir a ser uma Limitante Crítica na definição da capacidade de carga do atrativo principal como, p.ex., uma praia ou cachoeira.

  4. Trilha Linear de Travessia
    A trilha tem seu inicio e fim em pontos distintos, normalmente esse tipo de trilhas, são conhecidas também como Trilhas de Travessias, que fazem a ligação entre dois pontos distintos que podem ser duas vilas, Como possuem inicio e fim em diferentes pontos, a incidência de se cruzar com outros grupos é pequena, mais ainda existe, quando grupos resolvem iniciar em pontos distintos, ou quando existe um grupo com menor preparo e acaba sendo alcançado. Apesar de existir essa possibilidade de se cruzar com outros visitantes durante o trajeto, tem esse inconveniente minimizado devido a sua utilização, como normalmente são trilhas de travessias, podendo ocorrer a necessidade de pernoite em etapas intermediárias (aldeia ou vila, acampamento "selvagem", etc.), o encontro com outros grupos em determinados momentos pode ser prazeroso aos caminhantes, criando uma atmosfera de bate-papo e troca de experiências.

  5. Trilhas Mistas
    As Trilhas Mistas, em seu próprio nome já diz, são aquelas trilhas que possuem em seu traçado mais de um dos tipos descritos anteriormente. Alguns parques nacionais possum um sistema de trilhas que oferece muitas variantes, com diferentes graus de dificuldade e de interesses (contemplação, relaxamento, observação da flora ou aves, montanhismo, escalada, etc.)


Exemplos de mapas de traçados de trilhas

trilhas multiuso 3 ilustracoes web

 

Waldir Joel de Andrade (in memoriam)
Mestre em construção e manutenção de trilhas.

waldir joel de andrade pedra do bauGostariamos de aproveitar essa oportunidade para fazer uma homenagem a Waldir Joel de Andrade, com quem tivemos o privilégio e prazer de trabalhar em vários projetos, um pioneiro no ecoturismo, orientador de inúmeros iniciantes e profissionais na arte de construir e manter trilhas.

Graduado em Engenharia Florestal (ESALQ/USP), em 1975, mestre em 1990 (FFLCH/USP), ingressou no Instituto Florestal em 1981, onde permaneceu até o seu falecimento em 13 de julho de 2017, aos 67 anos.

Durante a sua jornada profissional dedicou-se à conservação da natureza, destacando-se por seu pioneirismo na implantação de sistemas de trilhas em Unidades de Conservação (UCs). Waldir tornou-se um profissional de referência no Brasil no assunto “trilhas”. Seus cursos e palestras eram ricos em estudos de casos de planejamento e implantação de trilhas.

Montanhista experiente, seu conhecimento, sua dedicação e seu carisma o tornaram um campeão de audiência em aulas e palestras. Grande defensor da conservação da Serra da Mantiqueira, conhecia a região como poucos. Seu olhar não era apenas de montanhista, mas também de pesquisador.

Waldir fazia o que amava e amava o que fazia. Fica a saudade...


Link de trabalhos elaborados por Waldir Joel para o Programa Melhores Práticas para o Ecoturismo.

 

 

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OrganizaçãoRoberto M.F. Mourão (roberto@albatroz.eco.br)
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Trilhas de Uso Recreativo

Trilha de Uso Recreativo é a designação dada a trilhas existentes que contribuem para objetivos de bem-estar e saúde, conservação e lazer e recreação.

trilha inca trail steps downEssas trilhas podem estar situadas em parte ou inteiramente em áreas particulares ou públicas, em unidades de conservação municipais, estaduais ou federais, podendo eventualmente serem transnacionais.

A gestão de uma trilha de uso recreativo pode ser individual ou compartida por particulares, clubes voluntários, organizações não governamentais e/ou governamentais. 

Uma trilha de uso recreativo pode ter um uso único e específico (p.ex contemplação da natureza) ou multi-uso, compartido ou não, que atende uma ampla gama de atividades: caminhadas, ciclismo, canoagem, canionismo, equitação, corredores, pessoas que usam dispositivos de mobilidade (como cadeiras de rodas ), observação da natureza: flora (orquídeas, bromélias, plantas medicinais), fauna (aves, mamíferos, répteis), etc. Na foto acima, à esquerda, caminhantes percorrem a Trilha Inca, no Peru, uma trilha histórico-cultural, secular, utilizadas pelos Incas, convertida em trilha de uso recreativo de grande sucesso.

trilha equestre campofora atravessando banhadoQuanto ao uso múltiplo de uma trilha, podemos ter variação conforme a estação do ano ou do horário.

Por exemplo, uma mesma trilha pode receber observadores de aves pela manhã entre 5 e 8 horas, quando as aves estão mais ativas e, à tarde receber observadores de flora: bromélias e orquídeas.

Na foto à direita, grupo de turistas cavaleiros percorrem trilha equestre, atravessando um corricho na região da Serra Gaúcha, RS. 
© Campofora, Viagens a Cavalo.

Um bom planejamento, com antecedência, faz com que uma trilha específica ou multi-uso seja bem sucedida. Uma trilha bem projetada diminui os custos de manutenção a longo prazo e protege recursos naturais e histórico-culturais

O acesso, o clima e a segurança percebida do usuário afetarão o sucesso de uma trilha.


Europa

trilhas multiuso hiking cycling horsebackNa Inglaterra e no País de Gales, muitas trilhas e trilhas são de origem antiga e são protegidas por lei como direitos de passagem. Na República da Irlanda, a organização Keep Ireland Open faz campanha por direitos semelhantes.

Uma importante rede de trilhas de longa distância na Europa, a Via Alpina foi criada por um grupo de organizações públicas e privadas dos oito países alpinos em 2000. Foi iniciado pela Association Grand Traversée des Alpes, em Grenoble, França.


Estados Unidos

trilhas logo US National Park Servicetrilhas appalachian trail map ilustradoEm 1968, os Estados Unidos criaram o National Trail System (Sistema Nacional de Trilhas), que por sua vez criou uma série de trilhas nacionais "para promover a preservação, o acesso público, a viagem dentro e o gozo e apreciação das áreas ao ar livre, exteriores e recursos históricos da Nação".

Especificamente, a lei autorizou três tipos de trilhas:

  1. as Trilhas Cênicas Nacionais,

  2. as Trilhas Nacionais de Recreação

  3. as Trilhas de Ligação


O Ato de 1968 também criou duas trilhas pitorescas nacionais:

  1. Trilha dos Apalaches / Appalachian Trail

  2. Pacific Crest 

trilhas pacific crest trail map relevoAlém de solicitar que fossem estudadas mais catorze trilhas para possíveis inclusões, que inclui: National Scenic Trail, National Historic Tracks e National Recreation Trails

As trilhas longas americanas mais famosas são The Appalachian National Scenic Trail, geralmente conhecida como Appalachian Trail e a Pacific Crest Trail.

A Trilhas do Apalaches é uma rota de caminhada localizada no leste dos Estados Unidos, que se estende entre Springer Mountain, Geórgia e Mount Katahdin, Maine, com aproximadamente 2.200 milhas (3.500 km) de comprimento.

Pacific Crest Trail, com 4.286 km (2.663 milhas), é uma trilha de longa distância de caminhada associada a trilha equestre alinhada com a maior parte das serras da Sierra Nevada e da Cascade, que se situam a 150 km (150 a 240 km) a leste da costa do Pacífico dos EUA. A ponta sul da trilha está na fronteira dos Estados Unidos  com o México e a ponta norte na fronteira Estados Unidos-Canadá à beira do Manning Park, na Colúmbia Britânica, Canadá; seu traçado se faz através dos estados da Califórnia, Oregon e Washington.

Brasil

No Brasil, as primeiras publicações a respeito de trilhas tratam dos caminhos de penetração na Serra do Mar, no período da colonização.

trilhas caminho peabiruEm épocas pré-cabralianas o caminho mais importante foi o Caminho de Peabiru (tupi, "pe" - caminho, "abiru" - capim amassado).

Teria sido um conjunto de trilhas vicinais, supostamente desde a costa de São Vicente até o Paraguai; ou uma longa estrada, tronco de um primitivo sistema de trilhas que permitia o contato das tribos da nação Guarani, da bacia do Paraguai, com tribos do sul do Brasil, entre elas as que habitavam os campos de Piratininga.

O Peabiru, no qual os jesuítas teriam denominado Caminho de São Tomé, constituiria o mais importante caminho pré-colombiano, excetuando-se o eixo viário incaico.

trilhas pn itatiaia 80anosA partir da criação do Parque Nacional de Itatiaia, em 1937, iniciou-se no Brasil o estabelecimento do que hoje denomina-se Unidades de Conservação que, se devidamente implantadas, poderiam conter um sistema de trilhas organizado.

Após mais de 50 anos de criação do primeiro Parque Nacional, o Brasil não tem ainda um sistema nacional ou estadual de unidades de conservação devidamente implantado. Os exemplos são pontuais com implantação incipiente. Nossas áreas naturais, onde um sistema de trilhas para uso público seria compatível, não possuem infraestrutura adequada.

As trilhas existentes, esparsas, não recebem qualquer tipo de manutenção; quase todas sofrem o problema de erosão e há pontos críticos com relação à segurança; surgem não se sabe de onde e frequentemente desaparecem tomadas pelo mato devido ao desuso. Algumas ainda apresentam bifurcações que não levam a lugar nenhum. Soma-se a isto a constante ausência de mapas e sinalização.

bec mapao2012 frente miniEm 2004, no contexto do Programa de Certificação de Meios de Hospedgem (PCTS), foi elaborado o primeiro mapa nacional constando os principais destinos brasileiros de ecoturismo e turismo de aventura, os parques nacionais visitáveis à época e a lista de patrimônios da humanidade, pelos consultores Ariane Janér, da Bromélia Consult e Roberto M.F. Mourão, da Albatroz Planejamento, ambos do corpo técnico original do Instituto EcoBrasil.

A peça gráfica, destinada ao mercado internacional para a promoção do turismo responsável nacional, acompanhava e complementava um caderno bilingue espanhol-inglês: Brazil for Travelers / Brasil para Viajeros, com informações sobre turismo sustentável em diversos polos turísticos brasileiros. Links para donwload:

Posteriormente, em 2012, Bromélia Consult e Albatroz Planejamento atualizaram o mapa, reeditado e distribuido pela operadora receptiva internacional Brazil EcoTravel, marca do grupo DMC Compass Brazil (Destination Management Company), que tem Roberto Mourão como sócio-diretor. Link para download: 


Trilhas em Unidades de Conservação

No nível federal, felizmente, com a mudança de postura nos últimos anos do Instituto Chico Mendes de Conservação (ICMBio), que teve seus quadros de servidores - analistas ambientais e chefes de unidades de conservação, melhor capacitados e preparados, o Uso Público nas UCs tem sido levado a sério e, mesmo com a escasses de recursos financeiros, trilhas tem sido recuperadas, interpretadas e sinalizadas.

Um caso exemplar a destacar é a Trilha Transcarioca, um trabalho intenso de um grupo de voluntários, idealizada em 1997 por Pedro da Cunha Menezes, caminhante, pioneiro e profundo conhecedor do tema, autor da publicação Trilhas do Rio (1997) que descreve 39 trilhas no Rio de Janeiro.

 

 

Trilhas

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OrganizaçãoRoberto M.F. Mourão (roberto@albatroz.eco.br)
                          Albatroz Planejamento 

 

MAPA THE NATURAL WAY TO DISCOVER BRAZIL - 2012

REVISÃO DO MAPA BRAZIL FOR TRAVELERS - 2006

bec mapao2012 frente

Idealização, desenvolvimento e atualização:
 Ariane Janér / Bromélia Consult + Roberto M.F. Mourão / Albatroz Planejamento

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